Empresas de TI têm dificuldades em encontrar profissionais com competências avançadas

O mais recente Relatório de Tendências de RH da Gi Group Holding demonstra que à  medida que o setor de TI cresce rapidamente, cresce também uma série de desafios únicos,  especialmente no que toca a encontrar talentos qualificados.
13 de Março, 2024

O relatório revelou principais tendências que definem este setor: a adoção generalizada de tecnologias de ponta como a Inteligência Artificial, Big Data Analytics (a análise de grandes volumes de dados), a Cloud, e a Cibersegurança mais as tecnologias sem fios avançadas, como o 5G. Estas ferramentas tecnológicas inovadoras capacitam as empresas de todas as dimensões e localizações, permitindo-lhes ser pioneiras em novos serviços e modelos, promovendo assim a evolução e expansão contínuas no setor. 

“Com este estudo percebe-se que a tecnologia está a definir a forma como as pessoas vivem e trabalham, criando modelos de negócio e possibilidades criativas. As tendências do setor das TI não são apenas o resultado dos avanços tecnológicos, são também um produto da geopolítica, da educação, da cultura e da economia global”, afirma Liliana Costa, Manager IT & Telecom da QiBit Portugal.  

A rápida evolução da tecnologia resultou numa elevada procura de pessoas com competências  digitais avançadas, o que representa um desafio para as empresas em termos de contratação  de profissionais qualificados em TI. A nível global, 47,3% das empresas têm dificuldade em encontrar profissionais com competências digitais avançadas, sendo que em Portugal, 38,8% das empresas reportam ter esta dificuldade. Apesar do valor ser, ainda assim, bastante elevado em Portugal, estes dados são aproximadamente 20% inferiores à média global. Esta escassez global deve-se ao facto de os candidatos serem difíceis de encontrar e à intensa concorrência entre empresas para contratar profissionais frequentemente procurados por vários recrutadores. 

As conclusões do estudo destacam também as prioridades dos trabalhadores e candidatos de  TI: 49% dão prioridade ao salário e 31,2% realçam o equilíbrio entre a vida profissional e  pessoal. Em Portugal, outro dos aspetos bastante valorizados pelos profissionais de IT é a possibilidade de progressão na carreira, com um terço dos profissionais a considerar este  aspeto fundamental, em oposição a 25% dos profissionais a nível Global. Para atrair e reter eficazmente talentos de topo, as empresas devem considerar a adoção de modelos de trabalho flexíveis e híbridos, uma preferência observada a nível global em 50,3% dos trabalhadores de  TI em comparação com 23,3% da população em geral. Em Portugal, verifica-se uma grande adoção do trabalho híbrido (40%) e do trabalho remoto (33%), por parte destes profissionais em oposição aos dados globais onde o trabalho presencial ainda é o segundo modelo de trabalho mais adotado. O modelo remoto continua a ganhar tração entre o setor de IT em  Portugal, o que permite a estes profissionais trabalhar em qualquer parte do país, conseguindo  trabalhar com qualquer empresa nacional ou internacional aberta a este modelo de trabalho.    

O relatório revela que as TI são o setor mais atrativo, com uma avaliação média impressionante de 8,4/10 entre os trabalhadores. No entanto, o stress resultante da carga de trabalho e da  ausência de equilíbrio entre a vida profissional e a vida privada surge como um fator-chave  que influencia a satisfação profissional entre os profissionais. A resolução destes fatores será crucial para reter colaboradores valiosos por longos períodos. 

Por último, a indústria precisa de abordar a questão premente da igualdade de género, criando estratégias para promover a inclusão. Estas iniciativas incluem o financiamento da educação STEM para as filhas de colaboradores e a organização de debates com mulheres profissionais de TI bem-sucedidas. Estas medidas destinam-se a expandir a gama de talentos e a reduzir as disparidades de género existentes, sublinhando a importância da aprendizagem contínua e do crescimento profissional. “Num ambiente marcado pelo rápido progresso tecnológico, fomentar uma cultura de formação contínua é fundamental para as empresas assegurarem a sua vantagem competitiva. Ao mesmo tempo, é imperativo que os profissionais continuem a melhorar as suas competências para manterem a relevância no setor”, acrescenta a especialista.  

Este relatório revela ainda que 72,8% dos profissionais de TI procuram ativamente melhorar as  suas competências a nível global: onde 39,1% utilizam a formação organizada pela entidade patronal (29% em Portugal), enquanto 33,7% (29% em Portugal) procuram cursos online por iniciativa própria. No entanto, em Portugal, em oposição ao panorama global, 40% dos  profissionais relatam desenvolver as suas competências sobretudo com a ajuda de colegas  (em oposição a apenas 25% a nível global)

Este estudo extensivo foi conduzido em 13 países: Portugal, Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Polónia, Roménia, Espanha, Turquia, Reino Unido e EUA. Perante a rápida evolução da tecnologia, o relatório “IT – Tendências Globais de RH” da Gi Group Holding funciona como uma referência, indicando o caminho a seguir pelas empresas e profissionais para navegarem no panorama dinâmico do setor das TI, promovendo o crescimento, a inovação e a inclusão. 

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