João Miguel MesquitaNa semana passada a Appian, empresa norte americana especializada em automação de processos, celebrou o seu vigésimo quinto aniversário. Uma comemoração na cidade onde se fundou, Washington D.C.. Foi na capital dos EUA que a empresa, pelas mãos de Matt Calkins, Michael Beckley, Robert C. Kramer e Marc Wilson iniciou o seu caminho, com uma cultura empresarial centrada na inovação sustentável a longo prazo. Um compromisso estratégico que, um quarto de século depois, se mantem inalterado e frutuoso.
Por estes dias encontramo-nos com Rui Gaspar, o responsável da Appian em Portugal, e quisemos saber o que que levou a empresa só ao fim de 25 anos ter decidido ter presença física em Portugal e quais as suas intenções com o nosso país.
Nesta conversa Rui Gaspar, destaca a importância de uma presença local para atender às necessidades dos clientes num mercado competitivo e em constante evolução. O responsável da Appian explora como a empresa está a capitalizar as oportunidades oferecidas pelo mercado português e como está a alinhar as suas operações com os desafios locais.
O que motivou a Appian a expandir sua presença para Portugal?
A decisão de expandir para Portugal foi impulsionada pela nossa trajetória de sucesso e pelos resultados positivos que temos alcançado. Após um período de significativo investimento, estamos agora a colher os frutos desse esforço, com a meta de alcançar resultados positivos este ano à escala global. Para lá deste motivo, a nossa expansão foi muito motivada também pelos oito anos de sucesso que tivemos ao operar em Espanha. Com uma base sólida estabelecida na Península Ibérica, a evolução para Portugal era um passo que tinha de ser dado.
Este movimento parece ir contra a tendência observada em muitas empresas nos anos pós-pandemia, que priorizaram estratégias de gestão de recursos e mercados mais descentralizadas. Qual a sua perspetiva sobre isso?
Compreendo a perceção de que muitas empresas têm adotado estratégias mais descentralizadas, especialmente no contexto pós-pandemia. No entanto, para nós, a proximidade com os clientes é fundamental. As nossas soluções estão no cerne dos negócios dos nossos clientes, exigindo um acompanhamento próximo e uma compreensão profunda de suas necessidades. A presença local em Portugal permite-nos atender melhor a esta necessidade e oferecer suporte mais eficazmente aos nossos clientes.
A operação da Appian em Portugal envolverá apenas áreas comerciais ou também terá uma componente de desenvolvimento tecnológico?
A nossa operação em Portugal abrange não apenas áreas comerciais, mas também áreas técnicas, de vendas e de suporte. Estamos implantando recursos que lidam diretamente com os clientes, o que inclui não apenas equipas comerciais, mas também equipas técnicas envolvidas no desenvolvimento e suporte de projetos. Além disso, colaboramos estreitamente com a nossa rede de parceiros, reconhecendo a importância de construir um ecossistema robusto para fornecer soluções abrangentes aos nossos clientes.
Qual é a perspetiva da Appian em relação aos desafios enfrentados pelos clientes em Portugal e como planeiam enfrentá-los?
Reconhecemos que os clientes em Portugal enfrentam desafios semelhantes aos de outros mercados globais, incluindo concorrência acirrada, escassez de recursos e a necessidade de se destacar num mercado cada vez mais competitivo. A nossa presença local permite-nos oferecer suporte mais personalizado e adaptado às necessidades específicas dos clientes em Portugal, ajudando-os a enfrentar estes desafios de forma mais eficaz e a aproveitar as oportunidades de crescimento num mercado globalizado.
Assinatura do acordo estratégico com a AWS
Entre a nossa conversa com Rui Gaspar e a festa de aniversário da Appain a empresa anunciou a assinatura de um acordo de parceria estratégica com a Amazon Web Services (AWS). As duas empresas têm como objetivo tornar a IA generativa mais acessível aos processos de negócios das empresas. Neste sentido, a Appian investirá recursos significativos para encontrar novas maneiras de combinar IA e recursos de tecido de dados com os grandes modelos de linguagem (LLM) fornecidos pelo Amazon Bedrock e os recursos de Machine Learning (ML) do Amazon SageMaker.
A Appian foi projetada para automatizar processos de negócios de missão crítica em alguns dos setores mais inovadores, altamente regulamentados e sensíveis à segurança. Os seus clientes nestes espectros querem tirar partido da IA, mantendo a segurança dos seus dados. Estes também enfrentam uma escassez de profissionais e crescentes atrasos de TI. Assim, a abordagem de IA privada da Appian dá às empresas o controlo sobre os seus próprios dados e garante que estes não são utilizados para treinar modelos públicos. A plataforma de processos de IA low –code da Appian, com a sua capacidade de competências de IA, permite aos clientes incorporar facilmente a IA nos processos empresariais, permitindo que a IA e os humanos trabalhem em conjunto sem problemas.
Ao tirar partido das capacidades do Amazon Bedrock a Appian ganha a capacidade de alojar LLMs dentro dos limites de conformidade do cliente e personalizar esses modelos em privado, garantindo que os dados sensíveis permanecem seguros e privados. O Amazon SageMaker permite que os clientes da Appian criem, treinem e ajustem os seus próprios modelos de IA utilizando os seus próprios dados. Como os serviços de IA e ML da AWS são projetados com as melhores práticas de segurança e privacidade, os clientes da Appian podem aproveitar seus dados para receber resultados mais precisos e relevantes de seus aplicativos de IA generativa com base em suas necessidades comerciais exclusivas.
