Há esperança para as Start-ups

Os primeiros meses de 2024 trouxeram uma reviravolta, chegou a IA, e uma crescente necessidade de fazer com esta tecnologia um conjunto de adaptações nas empresas tornando-as mais produtivas e eficazes.
5 de Junho, 2024

Depois de dois anos marcados por uma notória escassez de investimentos, as start-ups tecnológicas europeias começam finalmente a vislumbrar sinais de recuperação. Conforme noticiou o Financial Times, um recente anúncio da Creandum, um dos primeiros investidores em gigantes como Spotify, Klarna e Depop, sobre a criação de um fundo de 500 milhões de euros, é um claro indicador de um renovado apetite dos investidores de capital de risco. Este fundo junta-se a uma série de iniciativas semelhantes, como o fundo de 650 milhões de dólares da Accel Europe e os 500 milhões de euros angariados pela Plural, que se foca em tecnologia.

Mudança de sentimento

Primeiro a pandemia de Covid-19 que chegou e devastou tudo e todos, paramos sem saber o que aconteceria nos dias seguintes. Despois a inflação veio tirar aos investidores qualquer apetite e o mercado tecnológico ficou órfão. Assistimos a um abrandamento drástico nos investimentos tecnológicos com aumento das taxas de juro e depois a guerra que veio ditar um cuidado ainda maior com o que fazer com o dinheiro. Sem investimento, as start-ups foram forçadas a cortar custos e a focarem-se na rentabilidade, era o tempo de dar depressa, sem esperança de receber mais. Mas os primeiros meses de 2024 trouxeram uma reviravolta, chegou a IA, e uma crescente necessidade de fazer com esta tecnologia um conjunto de adaptações nas empresas, tornando-as mais produtivas e eficazes, levou a que as start-ups que desenvolvem produtos ou solução com Inteligência Artificial se tornassem apetecíveis, devolvendo ao mercado tecnológico uma azáfama que estava em stand-by.

Prevejo um início de 2025 forte

No entanto, importa dizer que, apesar do otimismo, nem todos os fundos estão a conseguir angariar capital. Embora exista um cenário e um cada vez maior sentimento e vontade de investimento em start-ups, principalmente de tecnologias de Inteligência Artificial, esta recuperação para o mercado ainda é frágil, mas representa uma janela de oportunidade significativa para as start-ups tecnológicas europeias. É preciso esperar mais alguns meses para que voltemos a ter a desejada azáfama. Prevejo que com a crescente necessidade de integração de soluções de Inteligência Artificial nas operações das empresas este movimento comece a crescer exponencialmente no primeiro trimestre de 2025.

O ressurgimento do investimento em start-ups tecnológicas na Europa é um sinal encorajador para o mercado. A combinação de um ambiente de angariação de fundos mais previsíveis, a recuperação das grandes empresas tecnológicas e o crescente interesse em Inteligência Artificial promete um futuro próspero para as start-ups europeias. Este renascimento não só destaca a resiliência das empresas que sobreviveram aos últimos anos desafiadores, mas também sublinha o potencial de crescimento e inovação que continua a florescer no continente.

Opinião