Apple negocia integração do Gemini da Google no iPhone

As discussões sobre esta potencial colaboração sugerem que a Apple está a procurar expandir as capacidades de IA do iPhone, aproveitando a tecnologia da Google.
18 de Março, 2024

A Bloomberg noticiou esta segunda-feira que a Apple está em negociações para incorporar o motor de inteligência artificial Gemini da Google no iPhone. Segundo fontes próximas destas negociações, as mesmas visam licenciar o Gemini para introduzir novas funcionalidades de software no iPhone ainda este ano. No entanto, os termos específicos do acordo ainda não foram finalizados, nem a forma como a integração será implementada.

As discussões sobre esta potencial colaboração sugerem que a Apple está a procurar expandir as capacidades de IA do iPhone, aproveitando a tecnologia da Google. A Apple, que é conhecida por ter uma abordagem centrada na privacidade e segurança dos dados dos utilizadores, parece estar a procurar formas de melhorar e diversificar as funcionalidades de IA generativa nos seus dispositivos.

Segundo a imprensa americana recentemente a Apple manteve conversações com a OpenAI, a empresa por trás do ChatGPT, sugerindo um interesse mais amplo da Apple em explorar diferentes tecnologias de IA para aperfeiçoar os seus produtos.

Uma possível integração do Gemini no iPhone poderia ter implicações significativas para ambas as empresas. Para a Google, tal representaria uma oportunidade de expandir a adoção dos seus serviços de IA para mais de dois bilhões de dispositivos Apple ativos, fortalecendo os seus esforços para competir com a OpenAI, apoiada pela Microsoft.

Para a Apple, este acordo poderia ajudar a atenuar a pressão dos investidores sobre o ritmo mais lento com que a Apple tem abordado o lançamento de aplicações de IA em comparação com seus concorrentes. A recente queda nas ações da empresa reflete bem as preocupações dos investidores, destacando a importância estratégica de investir em tecnologias emergentes como a IA para manter sua posição no mercado.

Ao mesmo tempo um acordo deste tipo com a Google também pode atrair escrutínio regulatório, especialmente considerando a longa parceria entre a Apple e a Google no que diz respeito ao mecanismo de pesquisa padrão do Safari. Com as autoridades reguladoras dos EUA já investigam práticas anticompetitivas, especialmente relacionadas à manutenção de monopólios, é provável que uma parceria mais profunda entre estas duas tecnológicas levante algumas preocupações.

Ainda há que olhar para o significado desta parceria como uma resposta à recente parceria da Google com a Samsung, onde o Gemini será implementado nos smartphones Galaxy S24 da empresa sul-coreana. Isto ressalta a importância estratégica da IA no mercado de dispositivos móveis e a corrida das empresas para oferecer as melhores experiências aos seus utilizadores.

Tim Cook, já afirmou anteriormente o compromisso da empresa com a IA generativa e prometeu mais detalhes sobre seus planos para implementar a tecnologia. Com o próximo iOS 18 no horizonte, a Apple parece estar a preparar novas capacidades de IA, combinando seus próprios modelos com tecnologias de parceiros, como o Gemini da Google, para oferecer uma experiência aperfeiçoada aos utilizadores do iPhone.

Em suma, a possível integração do Gemini da Google no iPhone representa um movimento estratégico por parte da Apple para fortalecer as suas capacidades de IA e manter a sua posição competitiva no mercado de smartphones. No entanto, questões de regulamentação e concorrência tem de ser cristalinas, sob o risco de se poderem transformar num pesadelo que não será tolerado pelos investidores quer da Apple querem da Google.

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