Ferramenta IA apresentada em Portugal ajuda cardiologistas em procedimentos com stents coronários

O 3DStent foi desenvolvido para fornecer aos médicos imagens tridimensionais (3D) intuitivas, permitindo a visualização do stent sem a necessidade de contraste, dispositivos ou custos adicionais.
24 de Junho, 2024

A principal causa de morte em tudo o mundo são as doenças cardiovasculares. A comunidade médica e científica tem feito um esforço contínuo na tentativa de melhorar todos os procedimentos quer de prevenção e tratamento, quer consciencialização global das populações para este fatídico problema.

As soluções de tratamento têm evoluído, com um foco crescente na cirurgia minimamente invasiva. Com o objetivo de apoiar os cardiologistas neste desafio, a GE HealthCare revelou o 3DStent, uma inovadora ferramenta baseada em Inteligência Artificial, destinada a proporcionar uma visualização em 3D dos stents coronários durante os procedimentos.

O 3DStent, agora disponível no sistema Allia, foi desenvolvido para fornecer aos médicos imagens tridimensionais (3D) intuitivas, permitindo a visualização do stent sem a necessidade de contraste, dispositivos ou custos adicionais. Isto é possível graças às imagens de coronariografia realizadas através de tomografia computorizada com compensação de movimento do arco em C (CMCT).

Durante a sessão “Novo sistema para avaliar a expansão do stent coronário” na APIC Focus Meeting, Manel Sabaté, chefe da Unidade de Cardiologia de Intervenção do Instituto Cardiovascular do Hospital Clínic de Barcelona, explicou que “no campo coronário, atualmente enfrentamos casos cada vez mais complexos na prática clínica diária. A expansão do stent é crucial para o sucesso da intervenção no paciente, e, neste sentido, a utilização da reconstrução 3D do stent é realmente interessante. Trata-se de uma ferramenta não invasiva que utiliza apenas raios X para visualizar o stent de todos os ângulos e obter a informação necessária”.

Os stents são utilizados na cardiologia de intervenção para tratar artérias coronárias estreitas, mantendo abertos os canais que fornecem sangue rico em oxigénio ao coração. A obtenção de uma expansão ótima do stent durante os procedimentos está associada a melhores resultados clínicos a longo prazo. Por outro lado, a infraexpansão do stent pode levar a resultados desfavoráveis, como morte cardíaca, enfarte do miocárdio relacionado com a lesão alvo ou trombose do stent.

O Dr. Manle Sabaté salientou ainda outros benefícios do uso desta tecnologia na prática clínica, como a capacidade de medir o lúmen, o comprimento e a expansão da endoprótese, sem a necessidade de utilizar um cateter de OCT. “Assim, podem-se poupar alguns dispositivos, com as vantagens que isso implica”, acrescentou.

Rui Costa, Diretor-Geral da GE HealthCare em Portugal, sublinhou que “esta solução na área da cardiologia pretende remover as barreiras atuais e fornecer aos médicos ferramentas adicionais para tratar os doentes com mais qualidade e de forma mais rápida”.

A introdução desta ferramenta de reconstrução 3D do stent ocorreu durante o “Focus Meeting: No footprint PCI” da Associação Portuguesa de Cardiologia de Intervenção (APIC), realizado em Carcavelos no dia 20 de junho. Além da apresentação do 3DStent, a GE HealthCare organizou uma sessão conduzida pelo Dr. Manel Sabaté, com o objetivo de disseminar informações valiosas sobre o uso desta tecnologia avançada.

Esta inovação representa um passo significativo no tratamento das doenças cardiovasculares, potencializando a precisão e eficácia dos procedimentos cardiológicos e, consequentemente, melhorando os resultados clínicos para os pacientes.

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