Eleições Europeias 2024

"Uma Europa Digital, mais Inovadora e Sustentável"
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A Europa enfrenta um momento crucial na sua jornada digital, com desafios e oportunidades únicas que moldarão o futuro do Continente. A visão dos candidatos a deputados do Parlamento Europeu, é essencial para impulsionar políticas que promovam a inovação, a inclusão digital e a competitividade no mercado global. Organizámos por estes motivos, em conjunto com a ACEPI e com o apoio do .PT, a conferência “Uma Europa Digital, mais Inovadora e Sustentável” que resultou no Podcast “Especial Europeias 2024”

Não quisemos deixar este importante momento em que o Parlamento Europeu vai, nos próximos anos, discutir e aprovar políticas e legislação importante para as empresas e cidadãos no que respeita à transformação digital que vivemos. Era imperativo informá-lo antes de decidir no próximo domingo, sobre o que defendem e que propostas têm os partidos e candidatos ao Parlamento Europeu, no que respeita ao mais importante setor do momento.

Colocámos aos partidos um conjunto de questões relacionadas com os tópicos abaixo, que através dos seus representantes nos responderam:

  • Visão para a Europa Digital
  • Prioridades de Política
  • Regulação da IA
  • Impacto das Leis de Mercados Digitais
  • IVA e Comércio Digital
  • Desafios e Oportunidades iniciativa Europeia Digital
  • Principais Ativos Digitais de Portugal

Deixamos-lhe aqui as respostas dos representantes dos partidos

Na era digital, a educação está a transformar-se de formas que nunca imaginámos. Vânia Neto da AD – Aliança Democrática, levou para a Conferência: “Uma Europa Digital, mais Inovadora e Sustentável”, a perspetiva para a inovação tecnológica na edução, da candidatura ao Parlamento Europeu do seu partido. Com base nas tendências emergentes que estão a moldar o futuro do ensino. Vânia Neto, com a sua vasta experiência no sector, destacou como as tecnologias inovadoras não só estão a melhorar o acesso à educação, mas também a personalizar a experiência de aprendizagem para atender às necessidades individuais dos estudantes.

A Revolução Digital nas Salas de Aula

Nos últimos anos, a integração de tecnologias digitais nas salas de aula tem sido um verdadeiro ponto de viragem. Segundo Vânia Neto, ferramentas como inteligência artificial, realidade aumentada e plataformas de aprendizagem online estão a criar ambientes educativos mais dinâmicos e interativos. “A tecnologia está a permitir que os professores ofereçam uma educação mais envolvente e adaptativa”, explica Vânia Neto. “Com a ajuda da IA, por exemplo, podemos identificar as necessidades específicas de cada aluno e fornecer recursos personalizados que facilitam a aprendizagem.”

Vânia Neto destacou ainda a importância da utilização de aplicações que permitem simulações e visualizações que antes não eram possíveis. Estas ferramentas são especialmente úteis em disciplinas como ciências e matemática, onde conceitos abstratos podem ser difíceis de compreender através de métodos tradicionais. “A realidade aumentada e virtual oferecem aos alunos uma oportunidade única de experimentar o conhecimento de uma forma prática e envolvente.”

Desafios e Oportunidades

Apesar das inúmeras vantagens, a implementação destas tecnologias enfrenta desafios significativos. A desigualdade no acesso à tecnologia é um problema crítico que precisa ser abordado. A representante da AD enfatizou a importância de políticas públicas e iniciativas privadas para garantir que todos os estudantes, independentemente da sua localização ou condição socioeconómica, tenham acesso às ferramentas necessárias. “Precisamos de uma abordagem inclusiva para a tecnologia educacional”, afirma. “Isto significa investir em infraestrutura e capacitação para professores e alunos.”

Além disso, Vânia Neto destacou a necessidade de formar os educadores para que se sintam confortáveis e competentes na utilização destas novas ferramentas. “Não basta apenas disponibilizar a tecnologia; é crucial assegurar que os professores saibam como integrá-la eficazmente no seu ensino diário.”

O Papel das Parcerias Público-Privadas

Vânia Neto destacou as parcerias entre o setor público e privado como fundamentais para o avanço da educação digital. Projetos colaborativos estão a proporcionar recursos e expertise que são essenciais para a inovação educacional. “As empresas de tecnologia podem trazer soluções inovadoras, enquanto o governo pode assegurar que essas soluções sejam implementadas de maneira equitativa”, observou. “Esta colaboração é vital para criar um ecossistema educacional robusto e sustentável.”

A representante da AD na conferência, citou exemplos de programas bem-sucedidos onde empresas de tecnologia trabalham diretamente com escolas para fornecer equipamentos e formação. Estas iniciativas não só melhoram a qualidade do ensino, mas também inspiram confiança nos benefícios das novas tecnologias.

O Futuro da Educação

Olhando para o futuro, Vânia Neto é otimista quanto ao potencial da tecnologia para transformar a educação. Prevendo um aumento na adoção de tecnologias emergentes e uma maior personalização da aprendizagem. “Estamos apenas a começar a explorar o que é possível”, disse. “Com o tempo, veremos uma educação mais centrada no aluno, onde cada indivíduo tem a oportunidade de aprender ao seu próprio ritmo e estilo.”

A exposição de Vânia Neto deixou claro que a tecnologia está a desempenhar um papel crucial na remodelação da educação. Embora haja desafios a serem superados, as oportunidades para criar um sistema educativo mais inclusivo e eficaz são enormes. À medida que a tecnologia continua a evoluir, será fascinante observar como estas mudanças se desenrolam e impactam as futuras gerações de alunos.

Manuel Gouveia (CDU)

Num cenário em rápida transformação tecnológica, as visões sobre o futuro da educação e da economia digital são cruciais para delinear políticas eficazes. Na Conferência: Conferência: “Uma Europa Digital, mais Inovadora e Sustentável”, Manuel Gouveia, representante da CDU, partilhou as suas perspetivas sobre como Portugal pode navegar e prosperar nesta era digital. Destacando a importância da luta social, o impacto da tecnologia no emprego e os perigos associados à digitalização.

A Educação no Centro da Transformação Digital

Manuel Gouveia sublinhou a importância de uma educação robusta como pilar fundamental para a adaptação e o crescimento no contexto digital. “A educação é a base sobre a qual construiremos o nosso futuro tecnológico”, afirmou. O representante da CDU enfatizou que as escolas e universidades precisam estar equipadas não apenas com tecnologias de ponta, mas também com currículos que preparem os alunos para os desafios do século XXI.

Para Manuel Gouveia, a chave é começar a inclusão digital desde cedo. “Precisamos assegurar que todas as crianças, independentemente da sua origem socioeconómica, tenham acesso a ferramentas digitais e ao conhecimento necessário para utilizá-las de forma eficaz”, disse. Isso implica não apenas a disponibilização de dispositivos, mas também a formação em competências digitais básicas.

A Luta Social e o Papel dos Trabalhadores

Um dos pontos centrais da exposição de Manuel Gouveia foi a importância da luta social na garantia de um futuro digital equitativo. Manuel Gouveia destacou que a transformação digital deve ser acompanhada por uma luta ativa dos trabalhadores e das suas organizações. “Os trabalhadores precisam de se organizar e lutar por condições que lhes permitam beneficiar das novas tecnologias, em vez de serem prejudicados por elas”, afirmou. O representante da CDU mencionou a necessidade de sindicatos fortes que possam negociar melhores condições de trabalho e assegurar que a automação e a digitalização não resultem em perda de empregos ou deterioração das condições laborais.

Emprego na Era Digital

Manuel Gouveia falou extensivamente do impacto da transformação digital na economia e na empregabilidade. E enfatizou a necessidade de preparar a força de trabalho para empregos que ainda não existem. “Estamos a caminhar para uma economia onde muitas das profissões do futuro serão baseadas em competências digitais”, afirmou. “É essencial que os nossos sistemas educativos e de formação profissional se adaptem rapidamente para preparar os jovens para estes novos desafios.”

Manuel Gouveia abordou ainda importância do apoio às pequenas e médias empresas (PME) na transição digital. “As PME são a espinha dorsal da nossa economia”, disse. “Precisam de suporte para adotar novas tecnologias e para se tornarem competitivas num mercado global.” Manuel Gouveia propôs a criação de incentivos fiscais para empresas que invistam em tecnologia e formação dos seus funcionários, além de programas de financiamento para a digitalização das operações das PME.

Os Perigos da Digitalização

Manuel Gouveia alertou para os perigos associados à digitalização, particularmente no que diz respeito à privacidade e à segurança dos dados. “Estamos a entrar numa era em que os dados são um recurso valioso, mas também uma fonte de risco”, disse. “Precisamos de regulamentação rigorosos para proteger a privacidade dos cidadãos e garantir que os dados sejam utilizados de forma ética e segura.”

Manuel Gouveia também expressou preocupação com a possibilidade de a automação levar ao desemprego em massa se não forem implementadas políticas adequadas. “A automação pode eliminar muitos postos de trabalho, especialmente em setores como a manufatura e os serviços”, afirmou. “Precisamos de políticas que promovam a criação de novos empregos e que garantam que os trabalhadores possam transitar para estas novas oportunidades.”

Olhando para o futuro, Manuel Gouveia mostrou-se otimista, mas cauteloso. Acredita que, com as políticas certas e um investimento adequado em educação e infraestrutura, Portugal pode posicionar-se como um líder na economia digital europeia. “Temos o talento e a capacidade”, afirmou. “O que precisamos é de um compromisso firme com a inclusão digital e a inovação.”

Manuel Gouveia (CDU) oferece uma visão abrangente sobre os desafios e oportunidades que a transformação digital apresenta para Portugal. A educação emerge como um elemento central nesta transição, com a necessidade de uma abordagem inclusiva e colaborativa para assegurar que todos os cidadãos estejam preparados para o futuro digital. A luta dos trabalhadores e a implementação de políticas de proteção e criação de emprego são igualmente essenciais para um futuro digital justo e próspero.

Bruno Horta Soares (INICIATIVA LIBERAL)

Na conferência “Uma Europa Digital, mais Inovadora e Sustentável”, Bruno Horta Soares, representante da Iniciativa Liberal, apresentou uma visão arrojada e detalhada sobre o futuro digital da Europa. A sua intervenção destacou a importância da inovação, da sustentabilidade e da liberdade económica como pilares fundamentais para o desenvolvimento de uma economia digital robusta e inclusiva.

Inovação como Motor do Progresso

Horta Soares iniciou a sua intervenção sublinhando a necessidade de uma cultura de inovação constante. “A inovação é o motor do progresso e da competitividade”, afirmou. Defendeu que a Europa deve investir fortemente em investigação e desenvolvimento (I&D), promovendo um ambiente onde as empresas possam inovar livremente e competir num mercado global.

Para fomentar esta cultura de inovação, Horta Soares sugeriu várias medidas, incluindo incentivos fiscais para empresas que invistam em I&D, a criação de centros de excelência em tecnologia e parcerias entre universidades e a indústria. “Precisamos de criar um ecossistema onde a inovação seja valorizada e recompensada”, disse.

Sustentabilidade no Centro da Estratégia Digital

Um dos pontos mais enfatizados por Bruno Horta Soares foi a importância da sustentabilidade na agenda digital europeia. “Não podemos falar de progresso sem falar de sustentabilidade”, destacou. Argumentou ainda que as tecnologias digitais devem ser utilizadas para promover práticas mais sustentáveis em todos os setores da economia.

Horta Soares apontou para a necessidade de investir em tecnologias verdes e na digitalização de processos que reduzam a pegada ambiental. “A digitalização pode ajudar a otimizar recursos, reduzir desperdícios e aumentar a eficiência energética”, explicou. O representante da IL, também defendeu a implementação de políticas que incentivem o uso de energias renováveis e a economia circular.

Liberdade Económica como Fundamento da Competitividade

A defesa da liberdade económica foi um dos pilares da intervenção de Horta Soares. Defendeu que um mercado livre e competitivo é essencial para o desenvolvimento tecnológico e da inovação. “A liberdade económica permite que as melhores ideias prosperem e que as empresas mais eficientes prevaleçam”, afirmou.

Para promover esta liberdade, Horta Soares sugeriu a redução da burocracia e das barreiras regulamentares que impedem a entrada de novas empresas no mercado. “Precisamos de um ambiente regulatório que seja favorável ao empreendedorismo e à inovação”, disse. Infantizou ainda a necessidade de politicas fiscais mais favoráveis às empresas, com impostos mais baixos e menos complexos.

Transformação Digital da Administração Pública

Horta Soares dedicou uma parte significativa da sua intervenção à transformação digital da administração pública. Destacando a necessidade de modernizar os serviços públicos através da digitalização, tornando-os mais eficientes e acessíveis aos cidadãos. “Uma administração pública digital é fundamental para um país moderno e competitivo”, afirmou.

Sugeriu a criação de plataformas digitais integradas que permitam aos cidadãos e empresas interagir com o governo de forma mais simples e transparente. “A tecnologia pode tornar os serviços públicos mais rápidos, eficientes e menos burocráticos”, disse Horta Soares. Que também defendeu a implementação de soluções de inteligência artificial para melhorar a tomada de decisões e a prestação de serviços públicos.

Educação e Capacitação Digital

A capacitação digital da população foi outro tema central na intervenção de Horta Soares. “Precisamos de investir na educação e formação contínua para garantir que todos tenham as competências necessárias para prosperar na era digital”, afirmou.

Horta Soares defendeu a integração de disciplinas relacionadas com a tecnologia e a programação nos currículos escolares desde cedo. “As competências digitais devem ser uma prioridade na educação”, disse. O representante da IL também destacou a importância de programas de requalificação para trabalhadores em setores afetados pela automação e pela digitalização.

Bruno Horta Soares apresentou uma visão abrangente e detalhada para uma Europa mais digital, inovadora, sustentável e liberal. Enfatizando a necessidade de um compromisso firme com a inovação, a sustentabilidade e a liberdade económica para construir uma economia digital robusta e inclusiva. “O futuro digital deve ser acessível a todos e deve promover um crescimento económico sustentável e equitativo”, concluiu.

Francisco Themudo (PARTIDO SOCIALISTA)

Na conferência “Uma Europa Digital, mais Inovadora e Sustentável”, Francisco Themudo, representante do Partido Socialista, apresentou uma visão abrangente e detalhada sobre a transição digital da Europa. A sua intervenção destacou a importância da inclusão digital, da sustentabilidade e da inovação como pilares fundamentais para um futuro próspero e equitativo na era digital.

Inclusão Digital: Um Pilar Fundamental

Themudo iniciou a sua intervenção sublinhando a necessidade de garantir a inclusão digital em todas as camadas da sociedade. “A digitalização deve ser uma força de inclusão, não de exclusão”, afirmou. Para Francisco Themudo todos os cidadãos, independentemente da sua localização ou condição socioeconómica, devem ter acesso às tecnologias digitais e à internet de alta velocidade.

Para atingir este objetivo, Themudo propôs a implementação de políticas públicas que garantam o acesso universal à internet, especialmente em áreas rurais e desfavorecidas. “Precisamos de investir em infraestruturas digitais que cubram todo o território europeu”, disse. Além disso, destacou a importância de programas de alfabetização digital para capacitar os cidadãos com as competências necessárias para navegar no mundo digital.

Sustentabilidade como Foco Central

Um dos pontos mais enfatizados por Francisco Themudo foi a importância da sustentabilidade na agenda digital europeia. “O nosso futuro digital deve ser sustentável”, declarou. Defendendo que as tecnologias digitais devem ser utilizadas para promover práticas mais ecológicas e reduzir a pegada de carbono da Europa.

Themudo destacou a necessidade de investir em tecnologias verdes, como energias renováveis e soluções de eficiência energética, que podem ser integradas nos processos digitais. “A inovação tecnológica deve ir de mãos dadas com a sustentabilidade ambiental”, afirmou. Defendeu ainda a adoção de políticas que incentivem a economia circular e a redução de resíduos eletrónicos.

Inovação e Competitividade

Para Francisco Themudo, a inovação é crucial para a competitividade da Europa no cenário global. Tendo defendido um aumento significativo no financiamento de investigação e desenvolvimento (I&D) para fomentar a inovação tecnológica. “A Europa deve ser um líder global em inovação”, afirmou.

Themudo propôs a criação de um fundo europeu dedicado à inovação tecnológica, que apoiaria startups e empresas emergentes em setores estratégicos como a inteligência artificial, a biotecnologia e a robótica. “Precisamos de criar um ecossistema que apoie a inovação desde a sua fase inicial até à comercialização”, disse.

Educação e Formação para a Era Digital

A capacitação da força de trabalho foi outro tema central na intervenção de Themudo. O representante do PS enfatizou a importância de preparar os trabalhadores para os desafios e oportunidades da economia digital. “A educação e a formação contínua são essenciais para garantir que ninguém fique para trás na transição digital”, afirmou.

Themudo defendeu a integração de competências digitais nos currículos escolares desde cedo, assim como programas de requalificação para trabalhadores afetados pela automação e pela digitalização. “Precisamos de investir na formação dos nossos cidadãos para que possam prosperar num mercado de trabalho em constante evolução”, afirmou.

Regulação e Proteção de Dados

A regulação do uso de dados pessoais e a proteção da privacidade foram também temas abordados por Francisco Themudo. “A confiança dos cidadãos na tecnologia é fundamental”, declarou. Defendeu a implementação de regulamentos rigorosos para proteger os dados pessoais e garantir que as empresas utilizem estas informações de forma ética e transparente.

Themudo propôs a criação de uma agência europeia de proteção de dados que supervisionaria o cumprimento das leis de privacidade e garantiria a segurança dos dados dos cidadãos. “É necessário assegurar que a Europa seja um modelo global de proteção de dados”, afirmou.

Francisco Themudo apresentou uma visão clara e detalhada para uma Europa mais digital, inovadora e sustentável. Tendo deixado claro a necessidade de um compromisso firme com a inclusão digital, a sustentabilidade e a inovação para construir um futuro próspero e equitativo para todos os cidadãos europeus. “O futuro digital da Europa deve ser inclusivo, sustentável e competitivo”, concluiu.

A intervenção de Themudo na conferência “Uma Europa Digital, mais Inovadora e Sustentável” oferece uma visão abrangente sobre os desafios e oportunidades que a transformação digital apresenta para a Europa. Com uma abordagem centrada na inclusão, sustentabilidade e inovação, Themudo delineou um caminho promissor para o futuro digital do continente.

Gonçalo Filipe (BLOCO DE ESQUERDA)

Gonçalo Filipe começou por sublinhar a importância de garantir que a digitalização não aumente as desigualdades sociais existentes. “A inclusão digital deve ser uma prioridade para evitar a marginalização de grupos vulneráveis”, afirmou. Destacou também a necessidade de políticas que assegurem o acesso universal à internet e às tecnologias digitais, particularmente para comunidades desfavorecidas e rurais.

Gonçalo Filipe propôs a implementação de programas governamentais que forneçam dispositivos tecnológicos e formação em competências digitais para todos os cidadãos. “Não podemos permitir que a falta de recursos económicos impeça alguém de participar plenamente na sociedade digital”, disse. Além disso, enfatizou a importância de criar espaços públicos de acesso gratuito à internet e a recursos tecnológicos, como bibliotecas e centros comunitários.

Sustentabilidade e Responsabilidade Ambiental

A sustentabilidade foi um também um dos temas abordados intervenção de Gonçalo Filipe. Defendeu que a transformação digital deve ser acompanhada por uma forte ênfase na responsabilidade ambiental. “A inovação tecnológica deve ir de mãos dadas com a proteção do meio ambiente”, afirmou. O BE defende o investimento em tecnologias verdes e na promoção de práticas sustentáveis em todos os setores da economia.

Gonçalo Filipe destacou a necessidade de regulamentações rigorosas para reduzir a pegada ecológica das tecnologias digitais, incluindo a gestão de resíduos eletrónicos e a eficiência energética da data centers. “A Europa deve liderar pelo exemplo, adotando políticas que minimizem o impacto ambiental da digitalização”, afirmou.

Direitos Laborais na Era Digital

Um dos pontos mais críticos da intervenção de Gonçalo Filipe foi o impacto da digitalização no mercado de trabalho. O representante do Bloco de Esquerda alertou para os riscos associados à automação e à precarização do emprego. “A transição digital não pode ser uma desculpa para desvalorizar o trabalho e os direitos laborais”, afirmou. Filipe defendeu a implementação de políticas que protejam os trabalhadores e garantam condições de trabalho dignas na economia digital.

Gonçalo Filipe propôs a criação de um quadro regulamentar europeu que assegure direitos laborais sólidos para os trabalhadores de plataformas digitais e freelancers. “Precisamos de garantir que todos os trabalhadores, independentemente do seu vínculo contratual, tenham acesso a proteção social e direitos laborais básicos”, disse Filipe. Além disso, sugeriu a introdução de medidas para promover a requalificação e a formação contínua, preparando os trabalhadores para as mudanças trazidas pela automação.

Regulação e Proteção de Dados

A proteção de dados pessoais e a privacidade foram outros temas abordados por Gonçalo Filipe. “A confiança dos cidadãos na tecnologia é fundamental para o sucesso da transformação digital”, declarou. O BE defende a necessidade de uma regulação forte e eficaz para proteger os dados pessoais dos cidadãos e garantir que as empresas utilizem essas informações de forma ética.

Gonçalo Filipe propôs a criação de uma entidade europeia independente responsável pela supervisão e aplicação das leis de proteção de dados. “Precisamos de garantir que a Europa seja um líder global em privacidade e proteção de dados”, afirmou. Também enfatizou a importância de educar os cidadãos sobre os seus direitos digitais e como proteger a sua privacidade online.

Um Futuro Digital para Todos

Em conclusão, Gonçalo Filipe apresentou uma visão crítica e inclusiva para uma Europa mais digital, inovadora e sustentável. Afirmando a necessidade de políticas que promovam a justiça social, a sustentabilidade ambiental e a proteção dos direitos laborais na transição digital. “O futuro digital deve ser acessível a todos, sustentável e socialmente justo”, concluiu.

A intervenção de Filipe na conferência “Uma Europa Digital, mais Inovadora e Sustentável” oferece uma visão abrangente sobre os desafios e oportunidades que a transformação digital apresenta para a Europa. Com uma abordagem centrada na inclusão, sustentabilidade e justiça social, ele delineou um caminho promissor para o futuro digital do continente.

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