Luís Bravo MartinsEsta semana conversámos com António Câmara uma figura de destaque na área de tecnologias imersivas e professor, que compartilhou as suas visões e experiências no podcast “Pelo Metaverso Adentro”, destacando o impacto transformador destas tecnologias.
António Câmara tem sido um defensor fervoroso das tecnologias imersivas desde os anos 90, quando Portugal desenvolvia o Sistema Nacional de Informação Geográfica. Com uma carreira que inclui uma posição como professor no MIT, viu de perto o potencial das startups tecnológicas e decidiu fundar a YDreams, uma empresa pioneira em realidade aumentada.
A YDreams começou com a Nokia, na virada do milênio, e desde então tem estado na vanguarda de várias inovações tecnológicas. O professor destacou a recente popularidade de dispositivos como o Meta Quest 3 e mencionou que existem atualmente 65 empresas desenvolvendo óculos de realidade virtual e aumentada no mundo. Esta competição acirrada mostra o potencial de transformação que estas tecnologias podem trazer, não apenas no entretenimento, mas também em setores como a educação e o meio ambiente.
Um dos projetos mais inovadores mencionados pelo professor é o “Seixal Criativo”, uma iniciativa que visa transformar a juventude através do ensino de tecnologias emergentes, incluindo inteligência artificial e realidade aumentada. Este projeto tem ajudado a desenvolver jovens talentos e a colocá-los em contato com oportunidades globais, com alguns projetos já prontos para captar investimentos em Silicon Valley.
António Câmara está ainda envolvido no desenvolvimento do “Tuga”, um veículo revolucionário que combina a velocidade e conforto de um carro com o tamanho de uma moto, projetado para competir globalmente e destacar a inovação portuguesa.
Ao abordar o impacto potencial do metaverso, António Câmara destacou a transformação na educação como um dos principais benefícios. O professor comparou o uso de dispositivos como o Apple Vision Pro para ensinar sobre o corpo humano, tornando aprendizagem mais interativa e eficaz. Outro exemplo é a mudança radical esperada no entretenimento, onde os espectadores poderão interagir com eventos desportivos de formas nunca antes possíveis.
António Câmara também chamou a atenção para a importância de formar a juventude com uma mentalidade global e inovadora, criticando a falta de visão de grande parte das elites políticas e empresariais em Portugal. O professor acredita que o país tem um potencial enorme nestas áreas, mas precisa de uma abordagem mais ousada e proactiva para liderar a transformação digital global.
António Câmara vê o metaverso não apenas como uma evolução tecnológica, mas como uma oportunidade para reformar a educação, o entretenimento e a economia de forma a criar um futuro mais conectado e interativo. Através de iniciativas como o “Seixal Criativo”” e o “Tuga”, o professor demonstra que Portugal pode estar na vanguarda desta revolução digital.
