#6: Com Jorge Silva, Board Member da DAMA Portugal

Hélder Quintela recebe Jorge Silva para debater um tema crucial na atualidade: A governação de dados.
25 de Junho, 2024

No episódio desta sema do “Dados à Conversa”, Hélder Quintela recebe Jorge Silva para discutir um tema crucial na atualidade: A governação de dados. Jorge Silva, fundador e membro do board da DAMA Portugal, professor convidado na Porto Business School e especialista em dados e inteligência artificial na Microsoft, partilhou a sua visão sobre a evolução e os desafios da gestão de dados nas organizações.

Jorge Silva iniciou a sua carreira como developer, uma experiência que lhe proporcionou uma compreensão aprofundada das dificuldades associadas à gestão de dados. Desde cedo, esteve envolvido na criação de relatórios e na transformação de dados, desenvolvendo uma sensibilidade natural para os desafios dos sistemas de informação. Esta base técnica foi fundamental para a sua transição para a gestão de dados, onde hoje se destaca como um especialista reconhecido.

A evolução das organizações na gestão de dados

O convidado observa que as organizações têm demonstrado uma evolução significativa na gestão de dados desde que começou a sua carreira em 2003. Naquela época, os dados eram frequentemente vistos apenas como subprodutos dos processos de negócio. A introdução do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR) em 2016 marcou um ponto de viragem, obrigando as empresas a implementar processos rigorosos de tratamento e gestão de dados. Esta mudança regulatória impulsionou a qualidade dos dados e a proteção da privacidade, tornando a gestão de dados uma prioridade estratégica.

Os desafios da governação de dados

Jorge Silva identifica vários desafios na governação de dados. O primeiro nível de dificuldades era tecnológico, com a necessidade de sistemas para catalogar e gerir dados. Contudo, à medida que a tecnologia evoluiu, os desafios passaram a ser mais organizacionais e culturais. Um dos principais obstáculos é alinhar a governação de dados com os objetivos de negócio, garantindo que não é vista apenas como uma obrigação de compliance, mas como um facilitador de eficiência e inovação.

Outro desafio crítico é o alinhamento entre as áreas de IT e as áreas de negócio. É fundamental que as áreas de negócio assumam a responsabilidade pelos dados que utilizam, compreendendo que a qualidade dos dados é essencial para o sucesso organizacional. Além disso, há uma necessidade urgente de promover uma cultura de dados, onde todos os colaboradores entendam a sua responsabilidade na gestão da informação.

O Papel da DAMA Portugal

A DAMA (Data Management Association) é uma organização global que fornece diretrizes e melhores práticas para a gestão de dados. O capítulo de Lisboa da DAMA Portugal, co-fundado por Jorge Silva, tem como objetivo disseminar estas práticas e apoiar as organizações na implementação de estratégias eficazes de governação de dados. A DAMA fornece materiais e certificações que são fundamentais para profissionais e empresas que desejam melhorar a sua maturidade na gestão de dados.

O Futuro

Para o futuro, Jorge Silva destaca a importância de continuar a sensibilizar as empresas para a certificação dos seus profissionais e a adoção de melhores práticas na gestão de dados. Parcerias com universidades e empresas de consultoria são essenciais para alinhar os conteúdos formativos com as necessidades do mercado. Além disso, eventos periódicos e a criação de uma comunidade de Chief Data Officers (CDOs) são iniciativas chave para fomentar a troca de experiências e a aprendizagem contínua.

A gestão de dados é um componente crítico para o sucesso na era da inteligência artificial e da inovação tecnológica. Como Jorge Silva destaca, a qualidade dos dados é o ingrediente fundamental para tirar proveito das novas capacidades analíticas e das tecnologias de AI. A DAMA Portugal desempenha um papel vital na promoção de melhores práticas e na capacitação das organizações para enfrentar os desafios da governação de dados, garantindo que esta é vista como um facilitador estratégico, e não apenas como um mal necessário.