O impacto transformador da tecnologia é inegável, com acesso digital, inteligência artificial (IA) e automação a projetarem-se como os principais catalisadores de mudança em 60% das empresas até 2030. O relatório sublinha que a procura por profissionais especializados em IA, big data e cibersegurança está a crescer rapidamente.
Entre as funções mais requisitadas, destacam-se:
- Especialistas em IA e Machine Learning;
- Analistas de Big Data;
- Programadores de software e especialistas em cibersegurança.
Estas áreas não reforçam apenas a necessidade de inovação, como também revelam o papel central que a transformação digital desempenhará em setores tão diversos como saúde, educação e indústria.
Transição verde e empregos sustentáveis
A transição para uma economia verde destaca-se como o terceiro fator mais transformador identificado pelos empregadores, com 47% a planear adaptações relacionadas com o clima. O relatório projeta um crescimento significativo em funções ligadas à mitigação e adaptação às alterações climáticas.
Entre as funções mais promissoras estão:
- Engenheiros de energia renovável;
- Especialistas ambientais;
- Profissionais ligados a veículos elétricos e ao armazenamento de energia.
Estes papéis são fundamentais para iniciativas de sustentabilidade, impulsionadas por investimentos robustos em energias renováveis e estratégias de redução de emissões. A transição verde é não apenas uma resposta às pressões climáticas, mas também uma oportunidade de revitalizar economias globais, criando empregos resilientes e orientados para o futuro.
A evolução da força de trabalho
Se a tecnologia e o clima estão a redefinir o mercado de trabalho, a urgência de requalificação é igualmente evidente. O relatório alerta que 39% das competências atuais poderão estar obsoletas até 2030. Competências como pensamento analítico, resiliência e flexibilidade serão cada vez mais valorizadas, enquanto habilidades manuais e de precisão física tenderão a perder relevância.
Principais conclusões:
- 85% dos empregadores planeiam priorizar a requalificação dos trabalhadores;
- 70% pretendem contratar para funções emergentes, como IA e sustentabilidade;
- 50% procuram transitar colaboradores existentes para áreas em crescimento, evitando despedimentos.
No entanto, os desafios de lacunas de competências permanecem como o maior obstáculo à transformação empresarial, citado por 63% dos inquiridos. Para enfrentar este problema, iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) estão em ascensão, com 83% dos empregadores a reportarem políticas ativas nesta área.
O equilíbrio entre criação e deslocamento de empregos
Até 2030, prevê-se a criação de 170 milhões de novos empregos, impulsionados por setores como tecnologia, saúde e educação. Contudo, esta expansão será parcialmente compensada pelo deslocamento de 92 milhões de empregos, principalmente em funções administrativas e clericais, menos adaptáveis às mudanças tecnológicas e ambientais.
O relatório do WEF sublinha a importância de equilibrar as pressões económicas e tecnológicas com os esforços de sustentabilidade. Apenas com estratégias integradas será possível alcançar uma força de trabalho resiliente e preparada para os desafios do futuro.
O mercado de trabalho enfrenta um ponto de inflexão. Enquanto as tecnologias emergentes e a transição verde impulsionam o crescimento, a necessidade de requalificação e adaptação das forças de trabalho será fundamental para garantir que os benefícios destas mudanças sejam amplamente distribuídos. À medida que os governos, empresas e trabalhadores enfrentam esta nova era, o relatório do WEF serve como um lembrete claro: a transformação do mercado de trabalho não é apenas inevitável, mas também uma oportunidade para desenhar de forma objetiva o futuro de forma