João Miguel Mesquita
Nos últimos anos, o comércio eletrónico tem assistido a um crescimento significativo, com o número de consumidores a fazer compras online a aumentar de 1,1 mil milhões em 2017 para uns surpreendentes 2,5 mil milhões em 2024. Este crescimento tem sido acompanhado por um aumento exponencial das vendas, que se traduz em biliões de dólares gastos anualmente em produtos adquiridos através de plataformas digitais. A globalização das compras online é evidente, mas as tendências de compras transfronteiriças variam significativamente entre países.
Áustria, Israel e Bélgica: Líderes no comércio eletrónico transfronteiriço
Segundo dados da Stocklytics.com, a Áustria, Israel e a Bélgica destacam-se como os líderes no comércio eletrónico transfronteiriço, com mais de 80% dos seus consumidores online a adquirirem produtos no estrangeiro. Este fenómeno é notável, especialmente quando comparado com os Estados Unidos, o Reino Unido e a Alemanha, onde as taxas de compras transfronteiriças são cerca de metade.
O último Relatório de Pagamentos e Comércio Eletrónico da PPRO sublinha que a Áustria é o principal mercado para o comércio eletrónico transfronteiriço a nível mundial, com mais de oito em cada dez consumidores digitais a efetuarem compras internacionais no último ano. Israel e Bélgica seguem-se de perto, com 85% e 80% dos consumidores a optarem por compras fora das fronteiras nacionais, respetivamente.
Diferenças regionais e globais no comércio eletrónico
As estatísticas revelam uma disparidade significativa entre países no que toca ao comércio eletrónico transfronteiriço. No Reino Unido, 47% dos consumidores fizeram compras no estrangeiro no último ano, um número bastante inferior ao da Áustria. Na Alemanha e nos Estados Unidos, essas percentagens foram de 43% e 41%, respetivamente. A China registou 39% de consumidores a optarem por compras transfronteiriças, uma percentagem superior à do Japão e da Grécia.
Por outro lado, países como a Turquia e a República Checa apresentam as menores taxas de compras transfronteiriças, com apenas 15% e 26%, respetivamente. Estas diferenças podem ser atribuídas a uma variedade de fatores, incluindo barreiras linguísticas, confiança nas plataformas internacionais e disponibilidade de produtos locais.
O futuro brilhante do comércio eletrónico
A conveniência de fazer compras a nível global, aliada à integração de novas tecnologias que tornam a experiência de compra online quase indistinguível de uma visita a uma loja física, continua a impulsionar o crescimento do mercado. O Statista projeta que o setor do comércio eletrónico global atingirá receitas superiores a 4 biliões de dólares este ano, representando um crescimento de 15% em relação a 2023.
Quase 20% destas receitas, ou seja, 770 mil milhões de dólares, advirão das vendas de moda, destacando-se como o segmento mais lucrativo do mercado. Produtos alimentares e eletrónicos representarão outros 27% das receitas totais do comércio eletrónico.
Os lideres
A China e os Estados Unidos mantêm-se como os gigantes do comércio eletrónico mundial. Prevê-se que a China registe receitas de 1,46 biliões de dólares em 2024, capturando 35% do mercado global. Os Estados Unidos seguem com 1,22 biliões de dólares, representando 30% do setor.
Esta expansão do comércio eletrónico não só sublinha a crescente interconexão dos mercados globais, mas também destaca as oportunidades e desafios que as empresas enfrentam ao navegar neste panorama digital dinâmico. À medida que o comércio eletrónico continua a evoluir, será crucial monitorizar as tendências regionais e globais para capitalizar as oportunidades emergentes e mitigar possíveis riscos.
