Reino Unido exige acesso a contas encriptadas da Apple, empresa pode suspender serviço no país

O governo britânico ordenou que a Apple forneça uma "backdoor" para aceder ao conteúdo encriptado dos utilizadores. Em resposta, a empresa poderá suspender a oferta de armazenamento encriptado no Reino Unido, defendendo a segurança dos seus clientes.
7 de Fevereiro, 2025

O governo britânico formalizou a exigência por meio de um “technical capability notice”, emitido pelo gabinete da Secretária do Interior do Reino Unido, obrigando a empresa a permitir o acesso a esses dados.

A Apple, conhecida pela sua postura firme em relação à privacidade e segurança dos utilizadores, deverá recusar cumprir a ordem e, em vez disso, optar por suspender a oferta de armazenamento encriptado no país, segundo fontes citadas pelo Washington Post. Caso a empresa siga essa abordagem, os utilizadores britânicos poderão perder o acesso a funções de segurança avançadas na cloud, como a proteção contra acessos não autorizados.

As autoridades britânicas recusaram comentar diretamente a situação, limitando-se a afirmar que não faz declarações sobre “questões operacionais” ou sobre “a existência de tais notificações”. Já a Apple não respondeu às solicitações de comentário feitas pela Reuters fora do horário comercial.

A exigência do governo britânico surge num contexto mais amplo de escrutínio sobre as gigantes tecnológicas. Em janeiro deste ano, as autoridades reguladoras do Reino Unido iniciaram uma investigação sobre os sistemas operativos, lojas de aplicações e navegadores da Apple e da Google, alegando preocupações com a concorrência e segurança dos utilizadores.

Se a Apple mantiver a sua posição de não comprometer a encriptação dos seus serviços, o Reino Unido poderá tornar-se um dos primeiros mercados onde a empresa limita o acesso a funcionalidades de proteção de dados para evitar ceder às exigências governamentais. O desfecho deste impasse terá impactos significativos tanto para a privacidade digital quanto para as relações entre governos e grandes empresas tecnológicas.

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