A consultora portuguesa KWAN, especializada em outsourcing e nearshoring de perfis tecnológicos, anunciou recentemente um passo estratégico na sua trajetória de expansão internacional ao entrar nos mercados belga e alemão.
Atualmente, 35% do negócio da KWAN provém de clientes internacionais. Ao disponibilizar talento português a empresas estrangeiras, a consultora contribui não só para evitar a fuga de cérebros de Portugal, mas também para atrair investimento estrangeiro. Este, por sua vez, pode desempenhar um papel crucial no fortalecimento do ecossistema tecnológico português, promovendo a criação de hubs de inovação no país.
A escolha dos mercados belga e alemão não foi arbitrária. Estes países, à semelhança de outras nações europeias, enfrentam uma saturação no mercado de trabalho tecnológico e têm dificuldade em encontrar profissionais qualificados em IT. Duarte Fernandes, CEO da KWAN, sublinha que a empresa está a “fortalecer a presença a nível internacional” e a ajudar “empresas estrangeiras a reconhecerem Portugal como uma solução para a crise local de talentos”. Duarte Fernandes aponta ainda para a vantagem competitiva de Portugal em relação a países da Europa de Leste, que, pela proximidade geográfica, poderiam ser vistos como alternativas. “É a partir de Portugal que reforçamos o tecido tecnológico europeu”, afirma.
A KWAN estabeleceu parcerias de sucesso na Bélgica, como demonstram os casos da Enhesa, empresa que apoia outras organizações no cumprimento de requisitos de sustentabilidade e EHS (Environment, Health and Safety), e de uma empresa de referência no setor de infraestrutura de gás natural. Ambas elogiam a colaboração com a consultora portuguesa, que atualmente tem cerca de 20 profissionais a trabalhar em regime híbrido ou remoto para essas empresas, ocupando posições como gestores de projeto, analistas de dados, engenheiros de software e cientistas de dados.
Além da qualidade técnica e experiência dos profissionais portugueses, a vantagem do fuso horário de Portugal tem-se revelado um trunfo importante para as empresas estrangeiras. A fluência em línguas, especialmente em inglês, torna Portugal um destino atrativo para startups e grandes empresas que procuram criar equipas técnicas num modelo de nearshoring.
O crescimento da KWAN é notório. Em 2023, a empresa registou um aumento de 30% no volume de negócios, alcançando receitas superiores a 13,5 milhões de euros. Para 2024, a consultora tem como objetivo ultrapassar a marca dos 18 milhões de euros, contando atualmente com uma equipa de 287 consultores.
Este crescimento reflete a aposta estratégica da KWAN em mercados internacionais e a capacidade de Portugal em se posicionar como um hub tecnológico competitivo na Europa. Num momento em que a escassez de talento em tecnologia é uma preocupação global, a consultora está a capitalizar sobre as vantagens comparativas do país e a contribuir para o fortalecimento da sua economia digital.
O caso da KWAN sublinha o potencial de Portugal como um parceiro tecnológico preferencial para empresas estrangeiras. Com uma mão-de-obra qualificada, um custo competitivo e uma localização geográfica favorável, o país tem vindo a afirmar-se no panorama europeu de nearshoring. A expansão para mercados como o belga e o alemão é mais um passo no caminho de posicionar Portugal como um protagonista na resposta à crise de talentos na área tecnológica.
Com os olhos postos no futuro, a KWAN parece estar bem posicionada para continuar a liderar esta transformação, ajudando a construir pontes entre o talento português e as necessidades crescentes de empresas em todo o mundo.