O triunfo da tríade mobile: Samsung, Apple e Xiaomi dominam o mercado de smartphones

No segundo trimestre de 2024, o mercado global de smartphones revelou uma paisagem competitiva marcada pelo domínio de três gigantes tecnológicos: Samsung, Apple e Xiaomi.
15 de Agosto, 2024

Os três colossos da tecnologia controlaram, juntos, quase metade do mercado, uma posição que reflete não apenas a força das suas marcas, mas também a dinâmica de um setor em constante evolução.

De acordo com os dados mais recentes da IDC Quarterly Mobile Phone Tracker, entre abril e junho de 2024, cerca de 19% dos 285 milhões de smartphones enviados globalmente eram dispositivos da Samsung. A gigante sul-coreana, que há muito tempo tem sido uma referência no setor, manteve-se firme no topo, alavancando a sua vasta gama de produtos, desde os dispositivos premium até aos modelos mais acessíveis. O lançamento contínuo de inovações tecnológicas, aliadas a uma forte presença em mercados emergentes, solidificou a posição da Samsung como líder incontestável.

Por outro lado, a Apple, com uma quota de mercado de 15,8%, continua a ser um pilar de inovação e prestígio. A marca americana, conhecida pelo seu ecossistema integrado e pela lealdade dos seus clientes, enfrentou a pressão da concorrência com a introdução de novos modelos que combinam desempenho, design e funcionalidades avançadas. Apesar de ser mais limitada em termos de gama de produtos em comparação com a Samsung, a Apple mantém uma posição de destaque graças à sua estratégia focada na experiência do utilizador e na exclusividade dos seus dispositivos.

A Xiaomi, por sua vez, não ficou muito atrás, capturando 14,7% do mercado, o que se traduz em cerca de 42 milhões de smartphones enviados durante o trimestre. Esta marca chinesa tem vindo a consolidar a sua presença global com uma estratégia agressiva de preços competitivos e inovação rápida. A Xiaomi tornou-se uma das favoritas, especialmente em mercados onde o equilíbrio entre custo e desempenho é crucial. A sua capacidade de lançar produtos que rivalizam com os das marcas mais estabelecidas, a preços significativamente mais baixos, tem sido a chave para o seu sucesso.

Completando o top cinco dos maiores fornecedores de smartphones, encontramos as também chinesas Vivo e Oppo, ambas com uma quota de mercado de cerca de 9% no segundo trimestre de 2024. Estas empresas, que têm crescido rapidamente, especialmente em mercados asiáticos, continuam a aumentar a sua fatia de mercado através de estratégias que combinam design inovador e tecnologia de ponta com preços acessíveis.

É interessante notar que a Transsion, outra marca chinesa que havia entrado no top 5 da IDC pela primeira vez no segundo trimestre de 2023, viu a sua posição recuar no período de abril a junho de 2024. Apesar do sucesso inicial, especialmente em mercados emergentes como o continente africano, a Transsion não conseguiu manter o ritmo de crescimento necessário para competir com os gigantes estabelecidos.

A evolução da quota de mercado dos fabricantes de smartphones ao longo do tempo revela a resiliência e a adaptabilidade da Samsung e da Apple, que têm liderado o mercado na maioria dos segundos trimestres desde 2014. No entanto, a ascensão das marcas chinesas, particularmente Xiaomi e Huawei, este último tendo brevemente superado a Samsung no segundo trimestre de 2020, demonstra a volatilidade e a competitividade do setor. O declínio abrupto da Huawei, devido às sanções impostas pelos EUA no final de 2020, abriu caminho para que Xiaomi e Oppo ocupassem uma posição significativa no mercado global, atingindo quotas combinadas de 22% a 27% nos segundos trimestres de 2021 a 2024.

Este cenário atual do mercado de smartphones sublinha a importância da inovação contínua, da adaptação às condições globais e da capacidade de responder às exigências dos consumidores em diferentes mercados. À medida que avançamos para a segunda metade de 2024, será fascinante observar como estas dinâmicas evoluem e quais serão as novas estratégias que os principais atores do mercado irão implementar para manter ou aumentar as suas posições dominantes.

Opinião