NIS2 pode custar mais  de 500 milhões de euros às entidades portuguesas

Especialistas da Frontier Economics manifestam preocupação com a contaminação que  eventuais fatores não-técnicos, derivados, por exemplo, de critérios geopolíticos,  possam ter nos processos legislativos. 
7 de Junho, 2024

 A implementação da nova Diretiva de Segurança de Redes e Informação (NIS2) – que Portugal deve transpor até Outubro – pode implicar um custo  adicional de 529 milhões de euros para a economia portuguesa. Os dados estão no  estudo “Implications of new cybersecurity measures in Portugal”, elaborado pela  Frontier Economics. 

Para os autores deste relatório, as novas medidas de cibersegurança são bem-vindas e  servirão para reforçar a robustez e resiliência das organizações, beneficiando a economia  e os consumidores. Mas é importante assegurar a sua adequada implementação, tendo em consideração os custos que serão impostos às empresas e à sociedade em geral. 

As autoridades portuguesas têm implementado, na generalidade, políticas  proporcionais e orientadas para a natureza técnica dos riscos. No entanto, os  especialistas da Frontier Economics manifestam preocupação com a contaminação que  eventuais fatores não-técnicos, derivados, por exemplo, de critérios geopolíticos,  possam ter nos processos legislativos. 

Para Clive Kenny, Manager da Frontier Economics, “a introdução de critérios não técnicos pode resultar em impactos negativos para empresas e consumidores, que  podem gerar aumentos de custos (decorrentes, por exemplo, de menor concorrência e  inovação), de uma forma que poderá ser desproporcional à natureza técnica dos riscos  de cibersegurança”

Um outro aspeto que merece preocupação é a fragmentação de políticas de  cibersegurança a nível europeu, cuja aplicação não uniforme pode contribuir para  fricções no comércio.  

O estudo refere como exemplo a anterior Diretiva NIS, que permitiu aos Estados Membros da União Europeia uma grande margem de manobra ao nível da transposição,  resultando numa aplicação heterogénea de critérios, o que contribui para custos  adicionais e afecta o livre movimento de produtos e serviços na União. Para a Frontier  Economics, esta fragmentação pode ser evitada assegurando que a transposição está estreitamente alinhada com a Directiva NIS2.

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