João Miguel Mesquita
Elon Musk, o visionário fundador da Neuralink, anunciou ontem que a startup concluiu com sucesso a primeira implantação do seu chip cerebral num ser humano no último domingo. O paciente está a recuperar positivamente, e os resultados iniciais indicam uma deteção promissora de picos neurais, como afirmou Musk em um post no X.
No ano passado, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA autorizou a Neuralink a conduzir o primeiro ensaio clínico em humanos para testar seu revolucionário implante cerebral.
Telepathy, o primeiro produto da Neuralink, como revelado por Musk no seu X. O estudo PRIME da empresa, que envolve uma interface cérebro-computador sem fios, visa avaliar a segurança do implante e do robô cirúrgico associado.
A referida interface visa fornecer funcionalidades inovadoras, permitindo que indivíduos com tetraplegia ou paralisia dos quatro membros controlem dispositivos através de seus pensamentos, conforme relatado pelo site oficial da Neuralink.
Embora tenha aberto o estudo para recrutamento em setembro do ano passado, a Neuralink também enfrentou escrutínio em relação aos seus protocolos de segurança. Recentemente, a empresa foi multada por violar as regras do Departamento de Transportes dos EUA (DOT) relacionadas ao transporte de materiais perigosos, de acordo com relatos da Reuters.
Em novembro passado, quatro legisladores dos EUA pediram à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA uma investigação sobre Elon Musk, alegando fraude de valores mobiliários por supostamente enganar investidores sobre a segurança do implante cerebral que está a ser desenvolvido pela Neuralink.
O implante da Neuralink, chamado “Link”, tem aproximadamente o tamanho de cinco moedas empilhadas e requer cirurgia invasiva para se implantar no cérebro humano.
De acordo com dados da Pitchbook, a Neuralink, com sede na Califórnia, empregou mais de 400 pessoas no ano passado e arrecadou pelo menos US$ 363 milhões.
Elon Musk não está sozinho na busca de avanços neste domínio, oficialmente conhecido como pesquisa de interface cérebro-máquina ou cérebro-computador. Apesar dos atrasos, o magnata tentou colaborar com o criador do implante, Synchron, para um potencial investimento. Ao contrário da Neuralink, a versão da Synchron não requer um corte no crânio para instalação e já realizou com sucesso o primeiro implante num paciente dos EUA em julho de 2022.
