Harald Kriener
Há quase 20 anos, a Amazon publicou uma estatística notável: descobriu que cada 100 ms de latência custava 1% nas vendas. Hoje, a latência continua e continuará a ser um dos elementos essenciais para o sucesso empresarial de qualquer empresa. O CEO da DE-CIX chega mesmo a considerar que a latência é a nova moeda global.
A latência tem igualmente impacto na produtividade dos trabalhadores quer se trate de tempo de carregamento lento, buffering ou atrasos. Na principal economia europeia, por exemplo, e de acordo com um inquérito realizado pela operadora de Internet Exchange DE-CIX em 2022, os tempos de espera atingem uma média de 46 minutos por semana, o que, ao longo de um ano, representam quase 35 horas de uma semana de trabalho. 8 em cada 10 inquiridos declararam que já foram afetados. O resultado: as transferências de ficheiros demoram muito tempo, as videoconferências e as aplicações bloqueiam.
A Microsoft e a DE-CIX acabam de implementar uma solução para garantir que as aplicações do Office funcionam de forma mais fiável no escritório. O Microsoft Azure Peering Service, ou MAPS, liga as empresas diretamente à Cloud do fornecedor. Os fluxos de dados de e para a Cloud Software-as-a- Serviço (SaaS) da Microsoft podem ser controlados e otimizados baseados nos acordos de nível de serviço.
Trocar de dados através do caminho de rede física mais curto
O MAPS garante tempos de latência previsíveis e larguras de banda estáveis de forma holística em todos os locais da empresa. O serviço faz a troca de dados no caminho de rede física mais curto até ao nó de acesso mais próximo, ignorando a Internet pública. As empresas que pretendam utilizar o MAPS podem fazê-lo de forma particularmente fácil e simples caso já tenham implementado a sua conectividade de forma redundante, utilizando uma abordagem multi-fornecedor e, idealmente, dentro de um colocation data center. Além disso, deverão agregar o seu tráfego a todos os níveis. Ambos os requisitos aplicam-se geralmente a grandes empresas. Além disso, as empresas precisam do seu próprio Número de Sistema Autónomo (ASN) e de equipamento de encaminhamento. Não é necessária qualquer largura de banda mínima.
O tráfego de peering agregado torna os esforços de suporte geríveis
Do ponto de vista tecnológico, o MAPS é um serviço de peering que o fornecedor de software implementa e disponibiliza através de vários fornecedores de serviços. Por exemplo, os parceiros do MAPS, como a DE-CIX, devem operar uma rede, ter locais redundantes e gerir o seu próprio Centro de Operações de Rede (NOC) totalmente equipado. É assim que a Microsoft agrega tráfego de peering, garantindo que os custos de suporte se mantêm controláveis.
Do Outlook ao Teams e ao OneDrive – o MAPS é a solução de peering para todas as aplicações que também funcionam no browser. Não há custos de saída da cloud. Isto é diferente, por exemplo, se as empresas quiserem utilizar o Microsoft Azure. As empresas podem aceder à oferta Infrastructure-as-a-Service através da sua própria ligação de cloud privada (chamada Azure ExpressRoute), onde a Microsoft cobra os custos de saída por gigabyte. No caso da oferta da Platform-as-a-Service, como aplicações de gestão de relacionamento com o cliente, bases de dados ou recursos de armazenamento, estão disponíveis serviços de peering como MAPS ou ligações privadas, dependendo da carga de trabalho.
O MAPS elimina virtualmente a possibilidade de ataques de negação de serviço distribuído
O MAPS é também uma opção interessante para as empresas que não querem depender diretamente de plataformas zero-trust ou SASE. As empresas ligam-se diretamente à infraestrutura da Microsoft, o que elimina efetivamente os ataques de negação de serviço distribuído (DDoS). A Microsoft protege a sua rede e serviços de ataques do ciberespaço, o que também inclui os serviços SaaS que as empresas utilizam através da ligação direta.
Conectividade com a cloud: uma em cada três empresas vê espaço para melhorias
Uma coisa é certa: os serviços de peering para aplicações SaaS têm um futuro risonho. De acordo com a Gartner, o mercado global de SaaS deverá crescer cerca de 20% ao ano. Embora as vendas em 2024 ainda rondem os 247 mil milhões de dólares, os especialistas acreditam que em 2025 já serão de 295 mil milhões de dólares. Além disso, de acordo com um estudo da IDC, a conectividade da cloud está a ser posta à prova: quase uma em cada três empresas vê uma necessidade urgente de melhorias para atingir os objetivos de negócio. O DE-CIX disponibiliza suporte para a ligação MAPS, bem como a infraestrutura de peering e o suporte necessários. O serviço está disponível na Europa, Escandinávia, Estados Unidos, Turquia e Índia através da operadora de Internet Exchange.
Harald Kriener é Head of Global Presales and Consulting na DE-CIX
