Digital Inside
Apresentada na recente conferência GTC, esta iniciativa marca um ponto de viragem na operacionalização de IA baseada em agentes (“agentic AI”), uma abordagem que vai além da simples geração de conteúdos e entra no domínio do raciocínio, planeamento e tomada de decisão autónoma.
Este novo paradigma de IA, agora suportado pela infraestrutura NVIDIA Blackwell Ultra, representa mais do que um avanço técnico. É uma reconfiguração da forma como as empresas encaram a produtividade, com soluções escaláveis e integradas que permitem acelerar a criação de valor real a partir dos dados — e não apenas gerar outputs sofisticados com algoritmos.
Ao contrário das vagas anteriores de inovação tecnológica, que muitas vezes falharam na tradução da complexidade técnica em impacto comercial tangível, a estratégia da Lenovo aposta na IA híbrida como infraestrutura prática e adaptável. O objetivo: tornar os fluxos de trabalho empresariais mais rápidos, autónomos e personalizáveis, sem depender exclusivamente da cloud pública ou de arquiteturas monolíticas.
As soluções apresentadas incluem desde workstations locais com GPUs RTX PRO até servidores Lenovo ThinkSystem preparados para ambientes de alto desempenho, passando por uma AI Library com casos de uso validados que encurtam drasticamente o tempo de implementação. Com ganhos como uma aceleração até oito vezes na criação de conteúdos ou uma melhoria de 50% na eficiência do atendimento ao cliente, os indicadores são promissores — mas mais relevante ainda é o modelo modular e escalável que suporta estes resultados.
Fábricas de IA: um conceito industrial para uma tecnologia emergente
A metáfora industrial não é um acaso. A Lenovo propõe uma “fábrica de IA híbrida”, um conceito operacional que conjuga hardware validado, bibliotecas de software pré-treinadas, pipelines de dados otimizados e integração com serviços especializados. O objetivo não é apenas treinar modelos, mas criar um ecossistema em que agentes inteligentes possam ser concebidos, personalizados, implementados e iterados com rapidez.
Esta abordagem responde diretamente a uma das principais objeções à adoção da IA corporativa: o retorno sobre o investimento. Segundo a IDC, o ROI continua a ser um entrave decisivo, mesmo num contexto de triplicação dos orçamentos destinados a IA. A Lenovo tenta resolver esse dilema com soluções de impacto imediato, que não requerem longos ciclos de desenvolvimento nem equipas técnicas dedicadas exclusivamente à IA.
No centro da proposta está o agente de IA — um software que não se limita a responder, mas que aprende, planeia e atua com autonomia. Em ambientes empresarias, isso traduz-se em assistentes jurídicos capazes de analisar contratos com maior precisão, agentes de suporte ao cliente que resolvem tickets com mais rapidez, ou ferramentas de knowledge management que eliminam silos informacionais.
O Lenovo AI Knowledge Assistant, demonstrado ao vivo na GTC, é um exemplo claro: um agente conversacional capaz de interagir em linguagem natural com os participantes do evento, alimentado por microsserviços NVIDIA NIM e operando num ThinkStation PX. A lógica é simples: se um agente pode guiar utilizadores num evento em tempo real, também pode reestruturar a experiência de trabalho em qualquer empresa.
A combinação entre infraestrutura local e cloud híbrida permite à Lenovo responder a uma tendência cada vez mais relevante: a descentralização da IA. Ao permitir inferência no edge e treino na cloud, a empresa posiciona-se num espaço estratégico onde latência, segurança e controlo de dados são críticos — especialmente em setores como saúde, retalho ou banca.
Casos como o da AISHA, que recorreu a uma solução híbrida Lenovo-NVIDIA para acelerar a análise de exames médicos, mostram o potencial concreto. Com modelos de IA a processar ressonâncias magnéticas 99% mais rápido que a análise manual, a promessa de eficiência deixou de ser uma abstração.
A parceria com a NVIDIA dá à Lenovo não apenas músculo computacional, mas também legitimidade estratégica num mercado cada vez mais polarizado entre hyperscalers e fornecedores verticais. A aposta na plataforma NVIDIA Blackwell, nas DPUs BlueField e na rede Spectrum-X reforça o posicionamento da Lenovo como integrador de soluções completas, não apenas fornecedor de hardware.
Mais do que uma inovação técnica, o Lenovo Hybrid AI Advantage representa uma mudança na forma como as empresas concebem a sua infraestrutura digital. Ao estruturar a IA como uma função integrada do negócio — com fábricas, agentes e fluxos validados —, a Lenovo aponta para um futuro onde a IA não é um suplemento, mas uma infraestrutura de base.
A questão agora não é se as empresas vão adotar agentes de IA, mas se o vão fazer com estruturas preparadas para escalar, proteger e rentabilizar essa adoção. A Lenovo acredita que sim. E com este lançamento, dá um passo decidido para liderar esse movimento.
