Kaspersky revela esquemas que exploram a popularidade do novo iPhone 16

Enquanto a Apple prepara o lançamento do iPhone 16, os cibercriminosos preparam novos esquemas para enganar os utilizadores mais ansiosos por este grande momento.
12 de Setembro, 2024

O lançamento de um novo iPhone é considerado o evento tecnológico do ano, que deixa os fãs ansiosos por adquirir o mais recente gadget de alta tecnologia. No entanto, os investigadores da Kaspersky descobriram que os cibercriminosos estão a aproveitar-se do entusiasmo dos fãs para executar esquemas fraudulentos e aliciar os utilizadores com ofertas falsas de pré-encomendas, descontos para os primeiros utilizadores e suporte técnico. Todas estas ofertas são falsas e conduzem a perdas financeiras e desilusões.

O novo iPhone 16 foi apresentado durante o evento “Glowtime”, na passada na segunda-feira, dia 9 de setembro de 2024, tendo os convites oficiais para este evento sido enviados em agosto. Se a tradição se mantiver, espera-se que os dispositivos cheguem às lojas na sexta-feira, 20 de setembro. As melhorias previstas incluem capacidades baseadas em IA, novo hardware, ecrãs maiores, molduras mais elegantes e novas cores. Os rumores em torno do mais recente dispositivo começaram a circular durante o verão, dando aos cibercriminosos um aviso prévio.

À medida que o lançamento oficial do novo iPhone se aproxima, os investigadores da Kaspersky descobriram atividades fraudulentas. Um esquema comum utilizado pelos atacantes consiste na possibilidade de realizar uma pré-encomenda para o mais recente iPhone com um desconto de quase 40% para os primeiros utilizadores. As vítimas são direcionadas para um site elegante, e aparentemente legítimo, que apresenta os novos iPhones, seduzindo-as com a promessa de “estarem entre os primeiros a usufruir de tecnologia de ponta”. Depois de acederem ao website, é-lhes pedido que introduzam as suas informações de faturação e envio, com a opção de pagamento via PayPal. Ao selecionarem a opção “adicionar ao carrinho” ou “comprar”, é gerada uma fatura falsa que incluí os impostos e os portes de envio, que muitas vezes são gratuitos se o consumidor realizar uma encomenda superior a 1.000 dólares

Uma vez efetuado o pagamento, os utilizadores apercebem-se de que o dinheiro já não consta na sua conta, mas que nenhum iPhone será entregue. Ainda mais preocupante é o facto de os cibercriminosos terem agora as suas informações pessoais, que podem ser vendidas na dark web.

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Outro esquema detetado pelos especialistas da Kaspersky consiste numa página, aparentemente oficial, que permite ao utilizador obter apoio técnico para diferentes situações – atualização de software, perda ou roubo do dispositivo ou localização do mesmo, entre outras. A única condição para obter este apoio técnico é iniciar sessão com o seu ID da Apple e respetiva password. No entanto, no momento que o fizerem, estarão a ceder estas credenciais aos cibercriminosos responsáveis por este esquema. 

Apesar de o preenchimento de apenas uma credencial poder não parecer significativo, os utilizadores do iPhone têm consciência que este ID é a informação mais valiosa que pode ser disponibilizada. É a única credencial que permite o acesso total ao dispositivo. Através das credenciais do ID da Apple, os atacantes podem aceder aos dados pessoais dos utilizadores – como o nome, endereço de e-mail, entre outros – e vendê-los na dark web. Podem também ter acesso à conta da iCloud e obter acesso total a todas as fotografias, documentos e cópias de segurança de dispositivos. Ainda mais preocupante é o facto de poderem efetuar compras não autorizadas, através deste ID, consultar o saldo da sua conta e retirar dinheiro da Apple Wallet. O acesso ao ID da Apple também permite o bloqueio do seu dispositivo. Este esquema pode conduzir a um pedido de resgate para obtenção do acesso do dispositivo.   

Para Olga Svistunova, especialista em segurança da Kaspersky, “tal como acontece com a maioria dos novos lançamentos tecnológicos, o lançamento do iPhone 16 gerou uma enorme euforia. Os cibercriminosos são rápidos a explorar este entusiasmo, pelo que é precisamente em alturas como esta que os consumidores devem estar mais vigilantes. Quando fizerem novas compras, devem limitar-se aos canais oficiais e devem ser céticos em relação às ofertas que parecem ser demasiado boas para serem verdadeiras, verificando sempre os URLs antes de partilhar qualquer informação pessoal. Os atacantes estão a contar com o facto de os fãs ansiosos menosprezarem a importância de manter os cuidados de cibersegurança e é nestes momentos que a vigilância é fundamental.”

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