A Indra reportou resultados impressionantes no acumulado de 2024, refletindo um crescimento sustentado em todas as suas divisões. Segundo o presidente executivo Marc Murtra, o progresso é fruto da melhoria contínua nas operações e gestão. A empresa, que recentemente adquiriu a Deimos e a MQA, reforça a sua presença nos setores de aeroespacial e tecnologia, consolidando a execução do plano estratégico “Leading the Future”.
José Vicente de los Mozos, CEO da Indra, salienta o impacto positivo da implementação deste plano, destacando o empenho dos colaboradores como fator essencial para os resultados obtidos. Este movimento alavanca a presença da Indra nos mercados de Defesa, Tráfego Aéreo e Mobilidade, favorecendo uma expansão geográfica com crescimento notável na Europa e na Ásia.
Nos primeiros nove meses de 2024, as receitas da Indra registaram um aumento de 13%, com destaques particulares nas áreas de Gestão do Tráfego Aéreo (ATM), que liderou com um aumento de 35%, e na divisão de Defesa, que cresceu 25%. O terceiro trimestre foi especialmente forte para a ATM, com um aumento de 39% nas receitas, impulsionado por novos contratos no Canadá e na Colômbia.
O impacto cambial, no entanto, trouxe alguns desafios. A desvalorização das moedas da Argentina e do Chile custou €41 milhões em receitas durante o período, enquanto o terceiro trimestre registou uma redução de €25 milhões, principalmente devido à depreciação das moedas do Brasil e do México.
Excluindo efeitos cambiais e aquisições, o crescimento orgânico da Indra foi igualmente robusto, com um aumento de 11% até setembro e 9% no terceiro trimestre. O desempenho foi novamente liderado pela ATM e pela Defesa, que registaram aumentos orgânicos de 23%, seguidos pela Mobilidade (17%) e pela Minsait (6%).
Geograficamente, a Europa foi a região com o maior crescimento, com um aumento de 17% nas receitas, representando agora 21% das vendas da Indra. Em Espanha, onde a empresa mantém a sua principal base de operações, as receitas cresceram 15% e continuam a representar metade das vendas do grupo. No entanto, as regiões da Ásia, Médio Oriente e África também registaram um crescimento significativo de 8%, e as Américas, apesar das flutuações cambiais, aumentaram em 4%, totalizando 20% das vendas da Indra.
A carteira de encomendas da Indra atingiu €7,049 mil milhões até setembro, um aumento de 1% em relação ao ano anterior, com forte desempenho da ATM e Minsait. Esta carteira assegura um rácio de 1,49x em relação às vendas dos últimos 12 meses, reforçando a posição da Indra nos mercados globais.
A empresa também reportou um crescimento significativo na rentabilidade. O EBITDA, indicador-chave de desempenho operacional, registou um aumento de 21%, alcançando uma margem de 10,9% no acumulado de 2024, em comparação com 10,1% no ano anterior. Este crescimento foi impulsionado pelos sectores de Defesa e ATM, com aumentos nos retornos operacionais também nas divisões de Mobilidade e Minsait.
No terceiro trimestre, a margem EBITDA subiu para 12,7%, e a margem de EBIT, que mede o lucro antes de juros e impostos, aumentou 27%, para 8,5% no período até setembro. Estes indicadores sublinham a eficácia das estratégias de otimização implementadas pela Indra para aumentar a rentabilidade em setores de alta margem.
O lucro líquido até setembro foi de €184 milhões, um aumento de 26% face ao mesmo período do ano anterior, refletindo um crescimento sustentado da operação e uma melhoria na margem operacional. Apesar da ligeira redução no fluxo de caixa livre (FCF) para €94 milhões, devido a pagamentos relacionados com a compensação de longo prazo, a Indra conseguiu reduzir a dívida líquida para €70 milhões, contra €233 milhões no ano anterior, alcançando um rácio de dívida sobre EBITDA de 0,1x.
A Indra espera que a execução do seu plano estratégico continue a consolidar a sua posição no setor, garantindo um crescimento sustentável e sólido retorno para os seus acionistas. Este desempenho destaca a capacidade da empresa para evoluir num mercado competitivo e fortalecer a sua influência nas áreas críticas de tecnologia e segurança global.