IBM alcança marco na criptografia pós-quântica [com vídeo]

A Big Blue está a integrar a criptografia pós-quântica nos seus próprios produtos, como o IBM z16 e o IBM Cloud, e a oferecer serviços de transformação para ajudar as empresas a prepararem-se para a segurança quântica.
14 de Agosto, 2024
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A IBM alcançou um feito histórico no campo da criptografia, com dois dos seus algoritmos a serem formalizados nas primeiras normas de criptografia pós-quântica publicadas pelo Instituto Nacional de Normas e Tecnologia (NIST) dos Estados Unidos. Este marco não só representa um avanço tecnológico significativo, mas também uma resposta proativa a uma ameaça iminente: a capacidade dos computadores quânticos de quebrar os padrões criptográficos que protegem atualmente a maioria dos dados globais.

A Ameaça quântica e a resposta da IBM

Os computadores quânticos, ainda em desenvolvimento, têm o potencial de transformar diversos setores com o seu poder de processamento sem precedentes. Contudo, esta mesma capacidade pode representar uma séria ameaça para a segurança digital, ao possibilitar a quebra de protocolos criptográficos como o RSA, que há décadas protegem informações sensíveis em todo o mundo. Antecipando este cenário, a IBM tem liderado o desenvolvimento de algoritmos de criptografia pós-quântica, que agora são reconhecidos como normas globais.

Dois desses algoritmos, o ML-KEM (conhecido inicialmente como CRYSTALS-Kyber) e o ML-DSA (originalmente CRYSTALS-Dilithium), foram desenvolvidos em colaboração com parceiros industriais e académicos. Estes algoritmos foram concebidos para resistir aos ataques de futuros computadores quânticos, garantindo que a encriptação de dados se mantém segura mesmo na era quântica. Um terceiro algoritmo, o SLH-DSA (SPHINCS+), foi codesenvolvimento por um investigador que se juntou posteriormente à IBM, e um quarto algoritmo, o FN-DSA (FALCON), está em vias de ser normalizado.

As normas de criptografia pós-quântica

A publicação destas normas pelo NIST é um passo crucial para a preparação global frente às futuras ameaças quânticas. As normas destinam-se a proteger as comunicações em redes públicas e a garantir a autenticidade das assinaturas digitais. À medida que governos e indústrias em todo o mundo começam a adotar estratégias de cibersegurança pós-quântica, estes algoritmos estabelecerão a base para um futuro digital mais seguro.

Desde 2016, o NIST tem desafiado os maiores especialistas em criptografia a desenvolverem esquemas de segurança quântica. O processo culminou em 2022 com a seleção de quatro algoritmos, entre os quais se destacam os desenvolvidos pela IBM. Esta seleção reforça a posição da IBM como líder na vanguarda da cibersegurança, antecipando-se às mudanças trazidas pela computação quântica.

O roteiro quântico da IBM

A IBM não se limita a desenvolver algoritmos; a empresa está a traçar um caminho claro para o futuro da computação quântica e da segurança digital. O Roteiro de Desenvolvimento Quântico da IBM prevê a entrega do primeiro sistema quântico com correção de erros até 2029, e uma expansão para mais de mil milhões de operações quânticas até 2033. Este avanço permitirá resolver problemas complexos que são atualmente inacessíveis aos computadores clássicos.

Além disso, a IBM está a integrar a criptografia pós-quântica nos seus próprios produtos, como o IBM z16 e o IBM Cloud, e a oferecer serviços de transformação para ajudar as empresas a prepararem-se para a segurança quântica. A introdução da “Cryptography Bill of Materials” (CBOM) exemplifica o compromisso da IBM com a criação de normas que garantam a segurança dos ativos criptográficos em todo o ecossistema digital.

Com a formalização dos primeiros algoritmos de criptografia pós-quântica, a IBM solidifica a sua posição como líder na defesa contra as ameaças emergentes da era quântica. À medida que os computadores quânticos se aproximam da realidade, a IBM está a construir as bases para um futuro digital seguro, onde a proteção dos dados se mantém robusta, independentemente das inovações tecnológicas que possam surgir. Este é um momento decisivo na história da segurança digital, e a IBM está na linha da frente, como sempre esteve, a definir o futuro.

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