IA transforma o cibercrime — está a sua empresa preparada?

A inteligência artificial deixou de ser apenas uma vantagem competitiva — tornou-se uma arma nas mãos de cibercriminosos. O novo relatório da Check Point revela como a IA está a reconfigurar o cibercrime e porque é que as empresas precisam de reagir com igual sofisticação.
6 de Maio, 2025

A publicação do primeiro Relatório de Segurança em IA da Check Point Research marca um momento decisivo para os decisores empresariais. Já não estamos a falar de uma ameaça futura, mas de um novo paradigma operacional, onde a inteligência artificial é utilizada tanto para proteger como para atacar.

A grande conclusão do relatório apresentado na RSA Conference 2025 mostra bem que a IA reconfigurou o cibercrime. E está a fazê-lo com uma eficácia que desafia os modelos de segurança tradicionais.

Três mensagens-chave para líderes empresariais:

1. Identidade digital já não é fiável por defeito

A sua voz, a sua imagem e até o estilo dos seus emails podem ser replicados com IA. Isto não é apenas uma ameaça de reputação — é um risco de fraude direta, espionagem interna e manipulação de decisões críticas.

2. Phishing e fraude digital evoluíram — e o seu plano de resposta também tem de evoluir

Emails falsos, deepfakes e chamadas automatizadas estão a enganar até executivos séniores. As ferramentas tradicionais de autenticação já não são suficientes.

3. A IA tem de estar no centro da sua estratégia de cibersegurança

Não basta reforçar os firewalls ou encriptar os dados. O relatório defende uma abordagem proativa, onde a IA também é usada como defesa: desde a deteção de padrões de ataque à validação de identidades e conteúdos manipulados.

O que fazer agora?

Os líderes empresariais devem considerar as seguintes ações imediatas:

  • Reavaliar os modelos de verificação de identidade: implementar autenticação multifatorial com validação biométrica avançada e análise de comportamento.
  • Investir em soluções de deteção baseadas em IA: ferramentas que reconheçam phishing sintético, áudios forjados e anomalias geradas por modelos maliciosos.
  • Reforçar a formação de equipas executivas e técnicas: o risco não é apenas técnico — é estratégico. Toda a liderança deve estar informada e envolvida.

“Num mundo onde tudo pode ser falsificado, a confiança torna-se um ativo crítico — e escasso. É isso que está em jogo neste novo cenário”, afirma Lotem Finkelstein, diretor da Check Point Research.

A transformação trazida pela IA não pode ser ignorada nem subestimada. O impacto na segurança digital está a mudar as regras do jogo para todos os setores — do financeiro à saúde, do retalho à administração pública.

O desafio não é apenas reagir a novos ataques, mas repensar o próprio conceito de segurança e identidade digital. E os líderes que o fizerem agora estarão não só mais protegidos, mas também mais preparados para competir num mercado onde a confiança será o bem mais valioso.

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