Com a participação de: com Francisco Matos Chaves (MEO), Pedro Dias (Team Blue), Daniela Seixas (Tonic App), e Pedro Santos (SONAE MC)
A Inteligência Artificial (IA) está a tornar-se, sem margem para dúvidas, o motor da economia digital — e da economia em geral. As empresas que falharem na adoção das ferramentas de IA adequadas ao seu modelo de negócio e na capacitação dos seus colaboradores para enfrentar os desafios desta revolução tecnológica correrão sérios riscos de perderem competitividade e relevância no mercado.
No debate “Generating New Business Value With AI”, Daniela Seixas destacou como a IA foi integrada na sua plataforma para apoiar profissionais de saúde. A estratégia da empresa envolveu um programa interno de que capacitou colaboradores a utilizarem ferramentas de IA, enquanto uma equipa dedicada de R&D desenvolvia soluções alinhadas com as prioridades do mercado.
“Implementámos ciclos de desenvolvimento ágeis e trimestrais, garantindo que as nossas soluções evoluem ao mesmo ritmo da tecnologia. A IA generativa tornou-se essencial para diferenciar a nossa plataforma no setor da saúde,” partilhou Daniela Seixas.
Por sua vez Pedro Dias, revelou como a empresa desenvolveu uma infraestrutura de AI as a service, centralizada e flexível, que permite a rápida implementação de novos modelos de IA. Esta abordagem não só melhora a eficiência operacional como garante segurança e controlo na utilização de ferramentas de terceiros.
“Ao criar um sistema centralizado, conseguimos acelerar a inovação enquanto mantemos um elevado nível de governança. Esta estratégia é especialmente relevante num cenário onde os dados e a privacidade são prioridades,” afirmou Pedro Dias.
Já Pedro Santos, abordou o impacto da IA no retalho, diferenciando a Inteligência Artificial (IA) de IA generativa. Enquanto a IA já está profundamente enraizada em operações como previsões de comportamento do consumidor e recomendações personalizadas, a IA generativa ainda está a ser explorada em ciclos experimentais.
“Estamos a testar aplicações que possam transformar as interações com os clientes, mantendo um foco na criação de valor único e escalável,” disse Pedro Santos. Para o executivo, a chave está na experimentação iterativa, que permite identificar as soluções mais promissoras antes de uma implementação em larga escala.
Governança e ética na Era da IA
Outro ponto em destaque neste debate foi a necessidade de estruturas organizacionais robustas para sustentar a adoção da IA de forma ética e eficiente. Francisco Matos Chaves, partilhou o modelo do “AI Center”, uma equipa multidisciplinar que integra áreas operacionais e de negócios. Este centro facilita a experimentação de pilotos internos antes da sua expansão para outras áreas.
“Equilibrar inovação com continuidade de negócio é fundamental. A IA deve ser uma ferramenta para reforçar as operações existentes enquanto exploramos novos horizontes,” afirmou Francisco Chaves.
A governança também foi tema central nas intervenções de Daniela Seixas, que sublinhou a importância de práticas “by design” para garantir segurança e compliance, especialmente no setor da saúde, onde a certificação de modelos como dispositivos médicos é um passo crítico.
O Futuro: Disrupção e responsabilidade
O consenso do painel foi de que a IA generativa tem o potencial de transformar profundamente os negócios, mas a sua adoção deve ser conduzida com pragmatismo. Abordagens estruturadas, centradas no cliente, e iterativas são essenciais para criar valor de forma sustentável.
“A IA não é apenas uma tecnologia; é uma oportunidade para redesenhar modelos de negócio com responsabilidade e impacto positivo,” resumiu Helder Quintela no encerramento ao encerrar este debate.
Com desafios como a regulação e a gestão da mudança, o sucesso na era da IA dependerá da capacidade das organizações de equilibrar inovação com ética, criando um ecossistema onde a tecnologia não só transforma negócios como beneficia a sociedade em geral.