FUTURE-AI: Um novo quadro global para garantir a confiança na IA aplicada aos cuidados de saúde

Uma equipa internacional de peritos, liderada pela Universidade de Barcelona, estabelece orientações para o desenvolvimento e a aplicação ética da inteligência artificial nos cuidados de saúde.
21 de Março, 2025

Uma equipa de 117 peritos de cinquenta países, incluindo representantes de instituições como a Universidade de Oxford, o Imperial College de Londres, a Universidade Técnica de Munique, Stanford e Harvard, desenvolveu o quadro FUTURE-AI, um conjunto de orientações para garantir que a inteligência artificial aplicada aos cuidados de saúde é segura, ética e fiável.

O consenso alcançado, recentemente aceite pelo BMJ, visa estabelecer boas práticas ao longo de todo o ciclo de vida das ferramentas de IA, desde a conceção à implantação e ao acompanhamento.

Garantir a confiança na IA aplicada aos cuidados de saúde

Apesar dos avanços na IA, a confiança nestas tecnologias continua a ser um desafio devido a preocupações éticas e de segurança. Para fazer face a estes riscos, o quadro FUTURE-AI estabelece seis princípios fundamentais que devem reger o desenvolvimento da IA no setor da saúde:

  • Equidade: as ferramentas de IA devem funcionar de forma justa para todas as pessoas, independentemente da idade, do género ou da origem.
  • Universalidade: os modelos de IA devem ser adaptáveis a diferentes sistemas de saúde e contextos globais.
  • Rastreabilidade: a inteligência artificial deve ser monitorizada para garantir que está a funcionar corretamente e para permitir a sua correção caso surjam problemas.
  • Usabilidade: as ferramentas devem ser intuitivas e fáceis de integrar na rotina dos profissionais de saúde.
  • Robustez: os modelos devem ser treinados com dados diversos que reflitam as variações do mundo real e, para manter a sua precisão, devem ser avaliados e otimizados regularmente.
  • Explicabilidade: a IA deve fornecer explicações claras para as suas decisões, permitindo que tanto os médicos como os doentes compreendam o seu funcionamento.

O documento de consenso publicado estabelece um código de boas práticas que fornece aos investigadores, às empresas tecnológicas e às entidades reguladoras um quadro comum para a implementação da IA na saúde com garantias de segurança e fiabilidade.

Com este quadro, os peritos esperam facilitar a adoção de ferramentas baseadas na IA no domínio médico, garantindo que estas tecnologias melhoram os cuidados de saúde sem comprometer a segurança e a equidade na sua aplicação.

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