As conclusões do Estudo da KPMG “Transforming the enterprise of the future” revelam o nível de importância da tecnologia como impulsionador da transformação nas empresas. 76% dos diretores executivos (CEO, single em inglês) acreditam que a IA generativa, as “redes neuronais” e os “gémeos digitais” irão aumentar significativamente a probabilidade de sucesso da transformação.
Embora os rápidos avanços tecnológicos continuem a impulsionar as agendas da transformação, apenas 29% dos CEO considera que a sua preparação de âmbito tecnológico é muito elevada, de acordo com o estudo da KPMG.
Para Vitor Ribeirinho, Senior Partner/CEO da KPMG Portugal: “Estamos num verdadeiro ponto de inflexão na revolução digital e na transformação das empresas. As organizações podem capitalizar este facto e criar maior valor para alcançar uma vantagem competitiva – incluindo as decisões sobre a forma como o digital e os dados são utilizados, e o impacto da gestão de riscos e da inovação de novos produtos ou serviços. A transformação é atualmente um progresso contínuo. Este estudo sublinha a importância da confiança na liderança e na utilização estratégica de parcerias, para navegar neste complexo panorama. As transformações empresariais são cada vez mais essenciais, à medida que a natureza da concorrência muda, sublinhando a necessidade dos líderes estabelecerem a confiança corporativa e criarem uma cultura organizacional ágil e resiliente. As empresas que integram eficazmente tecnologias avançadas e as complementam com literacia digital, aliada a uma liderança forte e um bom discernimento, estarão melhor posicionadas para prosperar.”
A tecnologia pode melhorar a eficiência das organizações, pode ajudar as empresas a criar novos fluxos de receitas, revelar conhecimentos competitivos e desbloquear a inovação. Mas a liderança, e não a tecnologia, definirá os melhores desempenhos nos próximos anos: nenhuma aplicação ou plataforma pode gerar valor a longo prazo sem visão, inspiração e motivação de um líder.
Apesar disso, as empresas estão a esforçar-se por acompanhar o ritmo destas rápidas transformações. Para a grande maioria das empresas, a transformação já não é episódica, é sim um estado de reinvenção e progresso contínuo. A maioria (88%) das empresas está a desenvolver dois ou mais programas de transformação, enquanto mais de metade (54%) está a executar três ou mais programas em simultâneo. E, aproximadamente 60% dos líderes corporativos, afirmam que a adoção de tecnologia avançada aumenta a probabilidade de sucesso dos processos de transformação.
Mas há desafios – o estudo revela os cinco principais obstáculos à transformação: a falta de recursos, de competências ou conhecimentos técnicos; a resistência à mudança por parte de vários stakeholders (colaboradores, parceiros, clientes, etcs); outros objetivos comerciais paralelos; a falta de fundos; e uma reduzida visibilidade sobre a justificação comercial.
Para potenciar o valor dos processos de transformação, o estudo da KPMG revela que as empresas com melhor performance, têm as seguintes características:
• Cultura resiliente: desenvolver uma cultura de confiança, de valores comuns e uma visão estratégica alinhada, são a chave para o sucesso de uma transformação e para a resiliência organizacional a longo prazo. O estudo revela que 73% das empresas com maturidade digital têm elevados níveis de confiança nos seus líderes.
• Maturidade digital: As empresas com uma maior maturidade digital têm mais probabilidades de ter um desempenho superior nos seus processos de transformação. No entanto, muitas empresas não estão a tirar partido do valor dos seus dados, da sua tecnologia e das suas pessoas. Dois terços dos CEOs classificam os desempenhos tecnológicos das suas empresas como não sendo os melhores, enquanto a maioria espera que o impacto da tecnologia na transformação aumente nos próximos um a três anos.
• Ecossistema de parceiros: As empresas mais desenvolvidas estão a tirar partido das parcerias que aceleram as estratégias de entrada no mercado, que as auxiliam a ultrapassar os desafios da cadeia de fornecimento e a superar os desafios tecnológicos. A investigação da KPMG mostra que apenas um terço dos CEOs acredita que o seu atual ecossistema de parceiros está fortemente alinhado com os seus objetivos de transformação. Perspetivando o futuro, estes líderes corporativos esperam investir mais em parcerias do que na criação ou na compra de tecnologia.
• Fortes capacidades de gestão: Cerca de 60% dos líderes seniores e dos CEOs acreditam que a adoção de tecnologia avançada aumentará a probabilidade de sucesso dos processos de transformação.
Este relatório, feito com base num inquérito realizado em março de 2024, junto de aproximadamente 2.000 líderes de empresas, pertencentes a um variadíssimo conjunto de setores de atividade e de empresas por todo o mundo, sublinha também que as novas tecnologias e os dados estão a auxiliar as empresas a criar mais valor. Estas e outras ferramentas permitem um melhor uso dos recursos, uma melhor análise de dados e dos conhecimentos, uma melhor compreensão dos clientes, da gestão de riscos e da inovação de produtos e dos serviços.