Para os executivos da Schneider Electric, é necessária uma implementação muito mais ampla das tecnologias existentes para evitar que as alterações climáticas fujam ao controlo.
A aceleração das alterações climáticas, as tensões geopolíticas, a oscilação dos preços da energia e a pressão dos stakeholders para fazer face a estes riscos colocaram a sustentabilidade ambiental e a resiliência energética no topo da agenda empresarial e política nos últimos anos. Estas questões estão na base da reunião anual do Fórum Económico Mundial (FEM) em Davos, na Suíça, de 15 a 19 de janeiro.
“A energia representa 80% das emissões de carbono, pelo que a transição energética é fundamental para a descarbonização,” afirmou Peter Herweck, CEO da Schneider Electric. “O potencial da IA está atualmente a captar a atenção de todos, mas não esqueçamos que as tecnologias existentes – tanto a geração de energia renovável como as ferramentas digitais e de eletrificação, que reduzem a procura de energia tornando os locais e as operações muito mais eficientes em termos energéticos – podem reduzir drasticamente as emissões agora mesmo. Não há tempo para esperar pelas soluções de amanhã, quando é possível fazer muito mais com o que temos hoje.“
A ação do setor privado – por parte de empresas de todo o mundo – é fundamental para reduzir as emissões. De forma inspiradora, o mundo empresarial está a assumir cada vez mais compromissos de sustentabilidade e descarbonização. Em janeiro de 2024, mais de 4.200 empresas em todo o mundo já estabeleceram metas de redução de emissões validadas pela iniciativa Science Based Targets (SBTi), por exemplo.
O poder da eficiência energética, em particular, está a ganhar mais reconhecimento. No ano passado, a Schneider Electric fez uma parceria com a Agência Internacional de Energia (IEA) para reunir líderes governamentais e empresariais numa grande conferência sobre o tema.
Um novo relatório publicado pelo FEM a 8 de janeiro concluiu que agir sobre o consumo de energia através da poupança de energia, da eficiência energética e de parcerias de cooperação valiosas poderia desbloquear até 2 mil milhões de dólares em poupanças para a economia em geral, e evitar a construção de 3.000 centrais elétricas adicionais, se as ações forem levadas a cabo antes de 2030.
Uma investigação conduzida recentemente pela Schneider Electric mostrou que a instalação de soluções digitais de gestão de edifícios e de energia em edifícios existentes, poderia reduzir drasticamente as suas emissões de carbono operacionais, com um período de recuperação do investimento de menos de três anos – o que realça o enorme potencial nesta área em particular.
Desafios e oportunidades no combate às emissões de Alcance 3
Outra área de destaque é o combate às emissões indiretas geradas pelas atividades de Alcance 3 das empresas. Estas provêm das suas cadeias de valor a montante e a jusante e representam a maior parte das emissões de carbono de uma empresa – mais de 70%, de acordo com o UN Global Compact.
As perturbações na cadeia de abastecimento global dos últimos anos ajudaram a tornar este tópico de forma mais proeminente na agenda corporativa. Mais de dois terços dos líderes empresariais entrevistados para um relatório do ano passado da Schneider Electric em parceria com a Women Action Sustainability (WAS) afirmaram que a pressão regulamentar os estava a levar a começar a planear a descarbonização com os parceiros da cadeia de abastecimento. Os inquiridos também disseram que estavam a assistir a um aumento da procura de informações sobre a descarbonização da cadeia de abastecimento por parte de investidores e/ou entidades financeiras.
“As empresas que levam a sério a descarbonização precisam de olhar mais além das suas próprias operações e abordar toda a sua cadeia de valor. Têm de perceber que uma grande parte da resposta é incentivar e ajudar os seus fornecedores, clientes e outros parceiros de negócios a esforçar-se por uma maior eficiência energética – através da eletrificação e das tecnologias digitais – e por uma aquisição de energia mais limpa,” afirmou Olivier Blum, Executive Vice President of Energy Management da Schneider Electric.