Pedro Coelho começou por destacar a sua trajetória na HP e a forma como a diversidade de funções desempenhadas o preparou para o cargo que agora assume. Ao longo dos anos, o executivo teve oportunidade de lidar com áreas variadas dentro da empresa, desde vendas até à gestão de categorias, o que lhe proporcionou uma compreensão ampla das operações e da cultura organizacional. Esta visão holística é, segundo ele, essencial para a complexidade do cargo de Diretor-Geral.
A transformação digital e a resiliência empresarial
Pedro Coelho enfatizou que a pandemia acentuou a necessidade de resiliência e agilidade nas empresas. As organizações estão agora mais focadas em desafiar o status quo e em incorporar a inovação como uma constante, tanto para garantir eficiências operacionais como para fortalecer a sua competitividade.
“Cada investimento em inovação tem de estar alinhado com os objetivos estratégicos e com um retorno de investimento claramente definido,” afirmou Pedro Coelho. Na HP, a abordagem passa por identificar oportunidades de inovação com base em casos de uso reais e construir um ecossistema de soluções que ajudem os clientes a alcançar resultados práticos e mensuráveis.
Ao contrário da tradicional venda de produtos, a HP tem vindo a posicionar-se cada vez mais como um parceiro consultivo. Pedro Coelho mencionou que a empresa procura entender o negócio do cliente antes de sugerir soluções, criando uma abordagem personalizada que maximize o retorno do investimento. Em muitos casos, este processo passa pela implementação de projetos-piloto para testar o impacto da inovação antes de uma integração mais ampla.
Com a ascensão da Inteligência Artificial (IA), a HP já está a trabalhar em projetos que procuram explorar onde e como esta tecnologia pode beneficiar os seus clientes. Pedro Coelho sublinhou, contudo, que a indústria ainda está na fase inicial de compreender os melhores usos da IA, e que a adoção desta tecnologia deve seguir uma estratégia cuidadosa e orientada para a criação de valor.
Uma questão crucial que abordámos foi a falta de talento qualificado para operar soluções de IA. Pedro Coelho reconheceu o défice de profissionais preparados para lidar com esta tecnologia, mas enfatizou que ainda há trabalho a fazer para definir as aplicações concretas da IA antes de resolver as lacunas de talento. “Estamos num ponto em que ainda estamos a tentar perceber o que queremos fazer com a IA,” explicou Pedro Coelho. A HP tem colaborado com os seus clientes para desenvolver projetos-piloto que ajudam a definir o papel da IA nas organizações.
A HP tem adaptado o seu vasto portfólio de soluções, não só em resposta à transformação digital, mas também para incorporar tecnologias de ponta como a IA. A empresa lançou recentemente uma linha de PCs otimizados para IA, com modelos direcionados tanto para consumidores comuns como para profissionais que desenvolvem aplicações de IA.
Pedro Coelho destacou a plataforma HP AI Creation Center, uma ferramenta que facilita a colaboração em projetos de IA, e o HP Perfect Output, uma solução inovadora que ajusta automaticamente o layout de documentos a serem impressos, com base no seu conteúdo. Estas inovações mostram o compromisso da HP em oferecer soluções que apoiem os seus clientes na modernização dos seus processos e na melhoria da experiência do utilizador.
Sustentabilidade como foco estratégico
Na HP, a sustentabilidade é uma prioridade. Pedro Coelho explicou que a empresa está empenhada em minimizar a pegada ecológica dos seus produtos, integrando materiais reciclados e oferecendo serviços de compensação de carbono. Esta abordagem vai além da dimensão ambiental, com a HP a investir também na proteção dos direitos humanos e na promoção da equidade digital.
A modernização do parque informático das empresas
Com a recente introdução do Microsoft Copilot, uma ferramenta de IA incorporada nos sistemas da Microsoft, muitos clientes da HP têm considerado a modernização dos seus parques informáticos. Pedro Coelho observou que, após o período pandémico, muitos dos parques foram equipados com tecnologia de emergência que já está a chegar ao fim do ciclo de vida. O momento é, por isso, propício para investir em equipamentos preparados para IA, que oferecem vantagens em termos de produtividade e inovação.
A visão de Pedro Coelho sobre o futuro é otimista, mas também pragmática. A evolução para um futuro com computação contextual e automatização de processos de impressão e reunião já está a acontecer. Contudo, Pedro Coelho enfatiza que esta transformação será gradual e que as empresas devem focar-se em adotar estas tecnologias de forma estratégica e alinhada com os seus objetivos de longo prazo.