Esta é uma iniciativa promovida pela Câmara Municipal da Ribeira Grande e a empresa climate tech, com sede em Coimbra, que espera que seja “o início da transição energética, também, nos Açores”.
Para Maria João Benquerença (na imagem), Diretora de Comunidades de Energia da Cleanwatts, “é uma alegria apresentar a primeira Comunidade de Energia do arquipélago, depois de já sermos uma empresa pioneira na criação de CER em Portugal continental”. Para a responsável, esta comunidade nos Açores tem a especial vantagem de se “suportar em investimentos que já tinham sido feitos pela autarquia, não implicando investimento do município, mas apenas a valorização dos recursos já existentes e a partilha dos seus benefícios pela comunidade”.
A CER vai ser criada a partir da capacidade fotovoltaica previamente instalada pela autarquia, com vista a produzir energia renovável nos edifícios públicos, cujo investimento foi comparticipado em 85% através do programa Açores 2020, tendo o objetivo de aumentar a eficiência energética dos edifícios públicos e reduzir a fatura energética. Assim, a CER possibilitará a valorização e rentabilização do investimento já realizado pela autarquia, ao permitir que o excedente (energia produzida e não consumida localmente) seja partilhada pelos membros da CER que se encontrem na proximidade, permitindo uma poupança na fatura energética. O município irá agora identificar as cerca de 30 famílias que poderão fazer parte desta comunidade, passando assim a beneficiar de energia partilhada, limpa e a uma tarifa reduzida.
O presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, destaca que “esta CER surge na sequência do investimento realizado pela autarquia com a colocação de painéis fotovoltaicos em imóveis públicos”.
“A ideia, a partir de agora, é partilhar com a comunidade os excedentes da produção realizada a partir de energias renováveis. O objetivo é reduzir a fatura de energia de todos os que aderirem à comunidade”, frisa o autarca, acrescentando ainda que pretende “implementar o mesmo modelo em zonas industriais, como forma de atrair novas empresas para o concelho”.