Cisco: A próxima fronteira da colaboração Autónoma

A Cisco lança a visão da "Internet of Agents", uma arquitetura que visa padronizar e proteger a comunicação entre agentes de IA. Com segurança quântica e protocolos abertos, resolvendo assim desafios de interoperabilidade e escalabilidade, permitindo que agentes de diferentes fornecedores colaborem de forma eficiente e segura.
31 de Janeiro, 2025

A Cisco lança a visão da “Internet of Agents”, uma arquitetura inovadora que visa padronizar e proteger a comunicação entre agentes de IA. Com segurança quântica e protocolos abertos, a iniciativa promete resolver desafios de interoperabilidade e escalabilidade, permitindo que agentes de diferentes fornecedores colaborem de forma eficiente e segura.

A Cisco propõe uma abordagem inovadora para enfrentar os desafios emergentes da proliferação de agentes de inteligência artificial (IA). A iniciativa “Internet of Agents”, desenvolvida pelo grupo de pesquisa avançada Outshift, visa criar um ecossistema padronizado e seguro para a comunicação entre agentes de IA, protegendo-os contra ameaças quânticas e garantindo a interoperabilidade em larga escala.

Expansão descontrolada dos Agentes de IA

Com o crescimento exponencial da IA, as empresas estão a gerir centenas ou milhares de agentes independentes. Sem normas abertas, esta diversidade pode resultar numa infraestrutura fragmentada e de difícil gestão. Alguns especialistas alertam para que uma “expansão descontrolada de agentes”, onde sistemas de diferentes fornecedores e capacidades interagem sem padronização adequada, criando ineficiências e desafios de integração.

Os sistemas tradicionais foram projetados para a interação humana baseada em conteúdo, como emails e websites. No entanto, os agentes de IA vão além disso: colaboram, raciocinam e tomam decisões autónomas em tempo real, introduzindo uma camada de cálculo probabilístico no paradigma computacional. Esta complexidade exige uma nova abordagem arquitetónica.

A estrutura de três camadas da “Internet of Agents”

A proposta da Cisco baseia-se numa arquitetura de três camadas interconectadas:

  1. Aplicações Nativas de Agentes de IA: Esta camada abrange aplicações desde automação empresarial até descoberta científica, permitindo colaboração entre agentes especializados em diversas áreas.
  2. Plataforma de Comunicação entre Agentes: Funciona como um protocolo padronizado para descoberta, autenticação e interação de agentes, análogo ao TCP/IP na internet convencional. Este padrão garantirá compatibilidade universal entre agentes de diferentes fabricantes e propósitos.
  3. Infraestrutura de IA Segura e Resistente a Computação Quântica: Uma camada fundamental que combina computação de alto desempenho e protocolos de segurança quântico-resistentes, protegendo as comunicações contra ameaças futuras.

A necessidade de normas abertas e colaboração da indústria

A Cisco defende que a falta de padronização resultaria em sistemas incompatíveis, forçando as empresas a criarem integrações personalizadas para cada novo agente de IA. Um exemplo empresarial citado pela Cisco envolve um sistema de previsão de vendas, onde diferentes agentes de software (Salesforce, ServiceNow, HubSpot) necessitam de um padrão comum para interagir com infraestrutura de TI da Cisco e Microsoft.

Outros gigantes tecnológicos, como IBM e Microsoft, também estão a explorar o impacto da automação baseada em agentes. A IBM projeta que até 2026, a maioria dos fluxos de trabalho corporativos serão automatizados com assistentes de IA, e que decisões tomadas por agentes digitais aumentarão 21% nos próximos dois anos.

Os Internet dos Agentes

A Cisco enfatiza que a comunicação entre agentes não é uma simples troca de APIs. A interação ocorre num contexto probabilístico, onde um agente pode interpretar uma mesma solicitação de maneira diferente de outro. A padronização é vital para que agentes possam confiar nos resultados das suas interações e tomar decisões autónomas seguras.

A iniciativa está a ser desenvolvida como um projeto open-source, seguindo a filosofia de colaboração do Linux, Kubernetes e SONiC.

Com uma abordagem focada na interoperabilidade, segurança e escalabilidade, a Cisco está a posicionar-se como uma das protagonistas na revolução da colaboração entre agentes de IA, estabelecendo as bases para uma nova era da computação autónoma e descentralizada.

Com informação Computerworld