Beta-i: A revolução da inovação colaborativa em Portugal

Esta semana no podcast “Afinal, para que é que isto serve?”, conversamos com Diogo Teixeira, co-founder e CEO da Beta-i Portugal. A conversa abordou a trajetória da Beta-i, o seu modelo de negócio e a expansão internacional, destacando o impacto da empresa na inovação colaborativa em Portugal.
13 de Fevereiro, 2025

Fundada em Lisboa em 2009, a Beta-i nasceu como resposta à crise económica, num momento em que o conceito de startups era ainda pouco disseminado no país. Diogo Teixeira destacou que a empresa desempenhou um papel crucial na criação do ecossistema empreendedor em Portugal, promovendo eventos, aceleradores e atraindo investimentos num mercado onde, na altura, havia poucas startups e praticamente nenhum fundo de investimento.

Com o passar dos anos, a Beta-i evoluiu para uma consultora de inovação colaborativa, atuando tanto junto de grandes empresas como de startups. O foco está em criar projetos conjuntos que possibilitam a transformação digital e o crescimento escalável.

O modelo de negócio e a abordagem “Open Innovation”

O modelo de negócio da Beta-i assenta na consultoria, sendo remunerada pelos seus clientes, principalmente grandes empresas que necessitam de suporte na inovação. Um dos seus principais focos é a Open Innovation”, que consiste em identificar oportunidades de crescimento e encontrar startups capazes de oferecer soluções inovadoras para problemas específicos das corporações.

Um exemplo prático deste modelo foi a colaboração com a Sociedade Ponto Verde e a Valor Sul, onde a Beta-i identificou uma startup capaz de desenvolver um sistema de triagem de resíduos com um braço robótico baseado em inteligência artificial. Esse tipo de solução permite às empresas inovar de forma mais rápida e com menor risco.

Os desafios globais

A Beta-i tem expandido a sua atuação para mercados internacionais, incluindo o Brasil, onde abriu uma operação há quatro anos. Diogo Teixeira afirmou que o mercado brasileiro acolheu bem a empresa, devido à necessidade constante de inovação por parte das grandes corporações locais.

Além do Brasil, a Beta-i tem um outpost em Bruxelas para estar mais próxima de centros de decisão europeus e participa em consórcios de inovação. Também está a testar a sua presença em Boston, avaliando uma possível expansão para os Estados Unidos.

Sobre a possibilidade de atuação em África, Diogo Teixeira explicou que a empresa já realizou projetos no continente, incluindo uma parceria com o Banco Nacional de Angola, mas atualmente não considera prioritário abrir uma operação na região.

Europa vs. Estados Unidos: O desafio da competitividade

Um dos temas mais interessantes da conversa foi a comparação entre os ecossistemas de inovação da Europa e dos Estados Unidos. Diogo Teixeira apontou que a principal diferença está na cultura de risco. Nos EUA, o fracasso de um projeto é visto como uma experiência de aprendizado, enquanto na Europa, muitas vezes, o fracasso de um negócio é interpretado como uma falha pessoal do empreendedor.

O executivo destacou ainda que a Europa precisa de superar barreiras culturais e regulatórias para fomentar um ambiente mais favorável ao crescimento económico. A transição energética foi citada como uma oportunidade para o continente liderar uma nova revolução industrial e criar novos modelos de negócio sustentáveis.

A Beta-i continua a desempenhar um papel central na transformação do ecossistema de inovação em Portugal e no mundo. Com uma abordagem colaborativa, conecta grandes empresas e startups, acelerando a adoção de novas tecnologias e impulsionando a competitividade global.

Com uma visão estratégica, um forte foco na expansão internacional e um compromisso com a inovação, a Beta-i demonstra que a Europa pode não apenas competir, mas também liderar o futuro da inovação global.

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