Bancos reforçam estratégias de gestão de riscos

O quarto inquérito anual RMA Chief Risk Officer (CRO) Outlook Survey revela um panorama desafiante para a gestão de riscos no setor financeiro. Entre as principais preocupações identificadas por 177 Chief Risk Officers (CRO) de instituições nos EUA e Canadá, destacam-se riscos cibernéticos.
19 de Novembro, 2024

Os riscos não financeiros dominam a lista das prioridades, refletindo o impacto contínuo da crise dos bancos americanos de 2023. O risco cibernético, citado por 63% dos entrevistados, é a principal preocupação, seguido pela fraude (44%) e pelos riscos tecnológicos (38%). Além disso, o risco de crédito wholesale (32%) e o risco relacionado com terceiros (32%) completam o top 5, indicando uma atenção crescente à interligação entre instituições e fornecedores. 

Um dado alarmante emergiu: 93% dos entrevistados sublinham a necessidade de adaptação à velocidade crescente com que os riscos se materializam, impulsionados por eventos como a volatilidade das ações bancárias e as fugas de depósitos. Para lidar com este ambiente, os bancos estão a implementar indicadores de alerta precoce, análises de cenários mais robustas, planos de gestão de crises e revisão de modelos de risco com base nos eventos de 2023. 

As pressões regulatórias estão a intensificar-se. Segundo o inquérito, 84% dos CRO afirmam que os supervisores estão a impor padrões mais elevados e a exigir respostas mais rápidas às questões levantadas. Esta dinâmica obriga os bancos a evoluírem rapidamente para manterem a conformidade e protegerem a sua posição no mercado. 

Com a aceleração dos riscos, as instituições estão a priorizar iniciativas que otimizem a sua infraestrutura de análise, com destaque para o uso de inteligência artificial, reforço na gestão de cibersegurança e melhoramento dos modelos de governação e relatórios de risco.

Este estudo aponta para um futuro de incerteza, alimentado por avanços tecnológicos como a IA generativa, eventos geopolíticos e novas dinâmicas de mercado. Para os CRO, a capacidade de adaptação e inovação será crucial para prosperar num ambiente onde os riscos se materializam mais rapidamente e as exigências regulatórias não mostram sinais de abrandamento. 

A gestão de risco está a transformar-se numa questão estratégica, destacando-se como um pilar indispensável para a resiliência e o sucesso no setor financeiro global. 

Opinião