Conversámos com Álvaro García Abarrio, Country Manager da WatchGuard para a Ibéria. Na conversa, abordamos os desafios da gestão ibérica, as diferenças entre os mercados de Portugal e Espanha, as soluções inovadoras da empresa e o impacto das novas regulamentações europeias.
O que significa para si assumir a gestão ibérica da WatchGuard, uma empresa com uma forte presença no setor da cibersegurança? Quais são as suas principais metas a curto prazo?
Para mim, é um desafio extraordinário. A WatchGuard tem uma história sólida no mercado global da cibersegurança, e liderar a operação em Espanha e Portugal é uma oportunidade estratégica. O momento é particularmente crítico, pois a unificação da segurança é o grande desafio que as empresas enfrentam atualmente. O meu principal objetivo é fortalecer a nossa presença nos dois mercados, impulsionando a nossa rede de parceiros e promovendo a nossa plataforma de segurança unificada, que combina simplicidade com um elevado nível de proteção contra ameaças cibernéticas. Também queremos reforçar a nossa comunicação e colaboração com clientes e parceiros locais, adaptando soluções às necessidades específicas de cada mercado.
Entre os mercados de Portugal e Espanha, quais são as principais diferenças e desafios que encontra?
Em termos de cibersegurança, as diferenças são reduzidas. As ameaças são globais, e os cibercriminosos não distinguem fronteiras. No entanto, existem especificidades no mercado empresarial de cada país. Em Portugal, encontramos um tecido empresarial composto maioritariamente por PME, enquanto Espanha tem uma maior concentração de grandes empresas. Também verificamos que algumas empresas portuguesas estão a adotar soluções tecnológicas a um ritmo mais acelerado, impulsionadas por programas de apoio e incentivos europeus.
A harmonização regulamentar dentro da União Europeia facilita a implementação de soluções de segurança, mas é essencial adaptar as nossas ofertas às necessidades específicas de cada mercado. As PME portuguesas, por exemplo, precisam de soluções acessíveis e fáceis de implementar, enquanto as grandes corporações espanholas procuram soluções altamente personalizadas e escaláveis.
Algumas indústrias, como o setor financeiro e a saúde, são claramente mais sensíveis à cibersegurança. Nota diferenças no ritmo de adoção das soluções de segurança entre setores?
Sem dúvida, os setores mais regulados, como a banca e a saúde, têm uma maior maturidade em cibersegurança. No entanto, estamos a assistir a um aumento da consciencialização em todas as indústrias.
Há um fator essencial: a digitalização acelerada das empresas está a tornar a cibersegurança uma prioridade obrigatória. É comum vermos empresas que antes negligenciavam este aspeto agora a investir fortemente em soluções de proteção. Por outro lado, a complexidade dos ataques tem vindo a aumentar, o que força empresas de todas as dimensões a adotarem abordagens mais sofisticadas de defesa.
Como a WatchGuard está a incorporar tecnologias emergentes como a inteligência artificial e a cloud nas suas soluções?
A inteligência artificial desempenha um papel fundamental na evolução da cibersegurança. Está a ser utilizada tanto pelos atacantes, para tornar os ataques mais sofisticados, como pelos defensores, para melhorar a capacidade de deteção e resposta. A nossa plataforma ThreatSync baseia-se em IA para correlacionar incidentes em tempo real e priorizar ameaças de forma eficiente. Além disso, a nossa abordagem Zero Trust permite uma gestão mais rigorosa dos acessos e dispositivos.
A WatchGuard Cloud é outra peça-chave da nossa estratégia. Consolidamos várias soluções de segurança – desde firewalls a autenticação multifator e proteção de endpoints – numa plataforma unificada, facilitando a gestão e reforçando a segurança das organizações.
Com a entrada em vigor de regulamentações como a NIS2 e o DORA, qual é a estratégia da WatchGuard para ajudar os clientes a garantir conformidade?
A conformidade com regulamentações como a NIS2 e o DORA exige uma abordagem proativa. A nossa tecnologia permite que as empresas monitorizem a segurança em tempo real e gerem relatórios detalhados que garantem conformidade com as normas europeias. Além disso, investimos na formação dos nossos parceiros para garantir que as empresas compreendem plenamente os requisitos legais e como as nossas soluções podem ajudá-las a cumprir com estas exigências.
Vai haver mudanças na relação com distribuidores e integradores sob a sua liderança?
Os nossos parceiros são fundamentais para o nosso sucesso. Vamos reforçar a nossa presença no mercado e aumentar o suporte aos distribuidores e integradores. Queremos captar mais talento e investir em novos recursos para garantir que os nossos parceiros têm todas as ferramentas necessárias para crescer connosco. O nosso foco é continuar a simplificar a segurança e oferecer soluções diferenciadas que tornem a vida mais fácil para os nossos clientes.
No mercado da cibersegurança, assistimos frequentemente a fusões e aquisições. A WatchGuard pretende adquirir novas empresas ou tecnologias em 2025?
A WatchGuard tem um histórico de aquisições estratégicas para integrar soluções inovadoras na nossa plataforma unificada. Recentemente, adquirimos a Panda Security e integrámos completamente as suas soluções. Continuamos atentos ao mercado e procuramos oportunidades que nos permitam fortalecer a nossa oferta de segurança, sempre com foco na simplicidade e eficácia para os nossos parceiros e clientes.
Notas finais: Com a cibersegurança a tornar-se um fator crítico para empresas de todos os setores, a WatchGuard aposta numa estratégia centrada na inovação e na proximidade com os seus parceiros. Sob a liderança de Álvaro García Abarrio, a empresa está determinada a consolidar a sua presença na Ibéria e a ajudar as organizações a enfrentar os desafios digitais do futuro. O executivo convenceu-nos, ao mostrar-nos que a empresa tem a estratégia adequada para atender às necessidades das empresas portuguesas, que procuram serviços que resolvam um problema de dimensão diversificada com soluções unificadas e de fácil compreensão.
Ao longo de 2025, espera-se que a WatchGuard continue a expandir-se, a integrar novas soluções tecnológicas e a reforçar a sua posição como um dos principais players na cibersegurança. Os desafios estão claros, mas também estão as oportunidades para continuar a inovar e a proteger empresas de todas as dimensões.