Atualmente, a Inteligência Artificial já desempenha um papel crucial na deteção de anomalias e na resposta a incidentes. Mas essa realidade está a mudar rapidamente. Em 2025, a IA passará de ferramenta auxiliar para um verdadeiro escudo ativo, identificando e neutralizando ameaças em tempo real, com pouca ou nenhuma intervenção humana. O relatório do “Cybersecurity Forecast 2025“ destaca que esta é uma fase de transição para um futuro de defesa totalmente automatizada.
Se, por um lado, essa evolução promete tornar a cibersegurança mais eficaz, por outro, traz desafios complexos. A maturidade dos modelos de IA, a governança e a confiança nos sistemas, bem como a necessidade de regulação, serão fatores determinantes para o sucesso desta nova abordagem.
O recente “Global Cybersecurity Outlook” do Fórum Económico Mundial (WEF) lança um alerta importante: a crescente interdependência das cadeias de suprimentos digitais está a tornar a cibersegurança um desafio ainda maior. Segundo o estudo, 54% dos executivos entrevistados apontam a segurança da supply chain como a maior barreira à resiliência cibernética.
Esta vulnerabilidade é exacerbada pelo crescimento das ameaças zero-day e pelos ataques dirigidos a fornecedores críticos. A falta de visibilidade sobre os riscos de terceiros é um problema que os gestores empresariais não podem ignorar.
Como podem as PME reforçar a sua defesa
Embora os grandes players da tecnologia estejam a investir na automação da cibersegurança, as PME devem adotar medidas proativas para minimizar riscos. Algumas estratégias incluem:
1. Adotar Modelos de IA para Defesa: Investir em soluções baseadas em IA que possam detetar e responder a ameaças de forma autónoma, reduzindo o tempo de reação.
2. Fortalecer a Cultura de Cibersegurança: Treinar colaboradores para reconhecer ameaças e seguir protocolos de segurança rigorosos.
3. Monitorizar a Supply Chain Digital: Exigir padrões de segurança elevados dos fornecedores e estabelecer auditorias regulares.
4. Garantir Conformidade com Regulações: Assegurar que as práticas de cibersegurança estão alinhadas com normativas internacionais.
5. Fomentar Parcerias e Cooperação: Colaborar com outras empresas e instituições para partilhar informação sobre ameaças emergentes.
O papel estratégico dos CISO
O WEF também sublinha a necessidade de fortalecer a posição dos Chief Information Security Officers (CISO) dentro das organizações. Num ambiente de risco crescente, estes profissionais devem ter voz ativa na gestão de riscos, conformidade da regulamentação e cultura cibernética empresarial.
A aposta na cibersegurança deve ser estratégica e não apenas reativa. Empresas que negligenciarem esta realidade poderão tornar-se alvos fáceis num cenário onde os criminosos também estão a utilizar IA para sofisticar as suas táticas.
O futuro da cibersegurança está a ser redesenhado, e as PME têm um papel fundamental na construção de um ecossistema digital mais seguro. O investimento em tecnologia, cultura cibernética e colaboração será essencial para garantir a resiliência contra as ameaças emergentes.
Estando a IA a tornar-se a principal linha de defesa, a preparação é o melhor escudo contra o inesperado.