A Cloud como inevitabilidade… e vulnerabilidade

Esta semana, o Coffee Break centrou-se na intersecção entre transformação digital e segurança na cloud, com Paulo Pinto, Securing Cloud and Business Transformation na Fortinet, a partilhar insights valiosos.
23 de Abril, 2025

A transformação digital já não é uma opção — é um facto consumado. Em Portugal, mais de 50% das operações empresariais dependem de sistemas digitais. Isto significa que qualquer falha ou ataque pode comprometer a missão de uma organização, ou até afastá-la do mercado. Segundo Paulo Pinto, esta consciência está finalmente enraizada na gestão de topo, impulsionada por ataques frequentes, novas regulamentações e pressões geopolíticas.

O erro comum: migrar tudo para a cloud sem estratégia

Um dos erros mais frequentes no início da digitalização foi a migração cega de infraestruturas locais (“on-prem”) para a cloud, sem considerar a adaptação tecnológica necessária. Resultado? Sistemas ineficazes e, em alguns casos, regressos parciais ao modelo híbrido. A cloud é vantajosa quando usada de forma nativa e estratégica, com recursos ajustáveis e escaláveis.

A abordagem Fortinet: segurança unificada, sem silos

A Fortinet aposta numa plataforma de segurança centralizada, capaz de operar em ambientes híbridos e multicloud. A chave está na gestão unificada de políticas de segurança — da cloud pública aos servidores locais — reduzindo complexidade e tempo de resposta a incidentes. A abordagem é ajustada ao grau de maturidade digital de cada cliente.

O impacto da IA na cibersegurança

Sim, a IA já permite uma defesa proativa, mas é preciso separar o hype da realidade. A Fortinet defende o uso de algoritmos testados, como:

  • Criação de baselines comportamentais.
  • Respostas automáticas a incidentes.
  • Apoio com IA generativa na interpretação de alertas.

Estas soluções aumentam a eficácia de equipas pequenas, sem comprometer a agilidade da inovação.

Setores mais vulneráveis e ameaças em Portugal

Além da banca e telecomunicações, saúde e educação têm sido alvos frequentes, pela sensibilidade dos dados que gerem. As principais ameaças identificadas incluem:

  • Escassez de talento qualificado.
  • Complexidade tecnológica e falta de integração entre soluções.
  • Ataques à cadeia de fornecimento.
  • Contexto geopolítico instável.

Formação e retenção de talento

Portugal enfrenta um défice de profissionais de cibersegurança. Para combater esta escassez, a Fortinet investe na formação gratuita e certificada, acessível em todo o território nacional, incluindo as ilhas. O objetivo é capacitar internamente os clientes, tornando-os menos dependentes de serviços externos e mais preparados para enfrentar ameaças.

A segurança na cloud é hoje uma prioridade incontornável para qualquer organização. Adotar plataformas integradas, investir em capacitação interna e usar a inteligência artificial de forma criteriosa são passos cruciais para garantir resiliência e continuidade no contexto digital atual.

Se é decisor numa organização, este é o momento de rever a estratégia digital com segurança no centro da equação.

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