A grande maioria das empresas (81%) consideram o low-code um fator-chave para acelerar o seu desenvolvimento e apontam o aumento da eficiência dos processos (53%) e da produtividade dos colaboradores (51%) como principais benefícios para a implementação desta tecnologia. Estas são algumas das conclusões do estudo “Low-Code adoption as a driver for digital transformation”, realizado pela KPMG, que analisa os níveis de adoção de plataformas de low-code, junto de 2000 empresas provenientes de várias regiões do globo, incluindo Portugal.
Há uma cada vez maior adoção desta tecnologia junto das empresas europeias, com 31% das organizações a afirmar que utilizam o low-code como uma componente crítica para a sua estratégia de desenvolvimento de software, o que representa um aumento de 12% em comparação com o estudo do ano passado. De acordo com este estudo, o incremento da procura da plataforma deve-se a uma combinação de dois fatores: a significativa redução do tempo para cumprimento de objetivos e os baixos custos de desenvolvimento, em comparação com outras plataformas de desenvolvimento de aplicações.
Rui Gonçalves, Partner e Head of Technology Consulting da KPMG Portugal, refere que “na Europa há muitas empresas com sistemas que necessitam de modernização e as plataformas low-code permitem desenvolver rapidamente aplicações que podem ser integradas nos sistemas já existentes, facilitando o processo de modernização. Além disso, como algumas plataformas de low-code incorporam funcionalidades de compliance, permitem às equipas de desenvolvimento endereçar requisitos de regulamentações europeias específicas de proteção de dados e segurança, tais como o RGPD ou o DORA.”
Outra das conclusões do estudo da KPMG revela que 51% das empresas inquiridas possuem programas de formação intensos em tecnologia low-code, mas um dos desafios identificados refere-se ainda à falta de skills dos colaboradores fora da área de IT. Além disso, também as questões de segurança e a complexidade de manutenção e implementação são vistas pelas empresas como aspetos desafiantes na implementação de low-code.
As questões de governance têm vindo a assumir um papel muito importante, com 47% dos inquiridos a dizer que já tem ou planeia ter um modelo de governance definido para esta tecnologia.
Na opinião de Rui Gonçalves, “os resultados apresentados tornam claro que o low-code é um suporte importante para as estratégias das empresas. Esta tecnologia é cada vez mais considerada como um facilitador da jornada de transformação digital em escala, ao introduzir o low-code, este estudo revela-nos que é essencial implementar políticas e estruturas de governance para garantir que as aplicações desenvolvidas são seguras e cumprem as normas da empresa. Adicionalmente, investir na formação das equipas de TI pode facilitar a transição para esta tecnologia e aumentar a eficiência. Tendo em conta a importância crescente dos aspetos de segurança, é essencial que as empresas se concentrem mais em garantir esta componente.”
Relativamente à interação do low-code com outras ferramentas de IT, o estudo da KPMG revela-nos que mais de metade das empresas inquiridas (54%), utilizam a IA (inteligência artificial) em combinação com o low-code, nomeadamente pelo facto da nova IA generativa poder produzir código complexo em milissegundos. Nesse sentido, a barreira para o desenvolvimento de software nunca foi tão baixa: a IA e o low-code podem coexistir e crescer juntos, por um lado, o código gerado por IA não substitui ainda o desenvolvimento visual de ferramentas de low code, por outro, a utilização de TuringBots aumentará drasticamente a adoção de low-code.
No que diz respeito às diferenças geográficas entre a Europa e os Estados Unidos da América (EUA), 43% dos Europeus percecionam como um desafio as poucas opções de customização da plataforma de low code, ao passo que apenas 32% nos EUA partilham da mesma opinião. Mais de metade (55%) das empresas inquiridas na Europa afirmam que têm orientações e uma estratégia específica sobre que aplicações deverão ser desenvolvidas em low code, comparativamente aos 47% constatados nos EUA. No entanto a tendência é para estes números crescerem.